Listão: Os melhores filmes de 2019


Chegamos ao final de dezembro com um grupo de longas satisfatórios lançados em 2019. Nossa lista final correspondem a nossa percepção sobre a safra, marcada pela diversificação de narrativas, gêneros e formatos. Foi um ano tão bom que não resistimos e acrescentamos um filme ao grupo. 

Vamos aos destaques de 2019 para o Chovendo Sapos: 

- Top 10 - 


10º lugar
Vida Selvagem
Direção de Paul Dano
Roteiro de Paul Dano e Zoe Kazan
Elenco: Ed Oxenbould, Jake Gyllenhaal, Carey Mulligan

Vida Selvagem não chegou aos cinemas brasileiros depois de ter sido esnobado na temporada de premiações passada. O longa é o primeiro da carreira de Paul Dano como diretor e traz a história de uma família em crise depois que o pai interpretado por Jake Gyllenhaal sai de casa para um trabalho, deixando filho e esposa sozinhos. É um retrato histórico de grande sensibilidade e impacto sobre as transformações dos papéis dos gêneros no ambiente doméstico e também da dissolução da imagem mítica dos país durante a adolescência com interpretações marcantes do seu elenco, em especial Carey Mulligan, uma das melhores e mais subestimadas atrizes de sua geração, certamente. Enquanto os personagens de Gyllenhaal e Mulligan se redescobrem enquanto sujeitos na separação após se anularem individualmente com um matrimônio prematuro, o filho Joe vivido por Ed Oxenbould vê ruir suas bases familiares. Acaba sendo a história de muitas famílias. 

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9º lugar
A Vida Invisível
Direção de Karim Aïnouz
Roteiro de Karim Aïnouz, Murilo Hauser e Inés Bortagaray
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Fernanda Montenegro

Karim Aïnouz mergulha no melodrama para adaptar o romance de Martha Batalha sobre duas irmãs separadas pelas estruturas sociais de uma sociedade machista. Enquanto o terror vem tendo grandes momentos, revertendo anos de ostracismo ao ser abraçado por um grupo de cinéfilos e críticos cada vez mais articulados, gêneros como o melodrama seguem subestimados por essas instâncias por uma misoginia cinéfila mesmo, estigmatizado como "filme de mulher" ou "de gay". E o que mais se viu na reação das pessoas a A Vida Invisível (sempre em comparação com a relevância social e a ênfase política de Bacurau) foram avaliações como "não é nada demais" ou "é um novelão". Não, A Vida Invisível é um ótimo melodrama, guiado pela sensibilidade de Aïnouz para narrar a história de suas duas personagens femininas e isso é o bastante para o considerarmos uma das grandes obras do cinema nacional recente. 

Em cartaz nos cinemas. 




8º lugar
Nós
Direção de Jordan Peele
Roteiro de Jordan Peele 
Elenco: Lupita Nyong'o, Winston Duke, Elisabeth Moss

Depois de Corra!, o diretor e roteirista Jordan Peele retorna para as telas com Nós, afirmando seu lugar como um dos cineastas mais importantes da sua geração na concepção de mundos fantásticos altamente atrelados a pensamentos do diretor sobre a sociedade. A história dos duplos de Peele ganha o suporte de um elenco espetacular encabeçado por Lupita Nyong'o que se desdobra em duas personagens magistralmente compostas. Peele mais uma vez fala sobre segregações sociais nos EUA, um caldeirão de tensões que estão na superfície prestes a entrar em completa ebulição. Nós é macabro, uma realização plástica primorosa do diretor que avança consideravelmente nesse departamento, contundente como discurso social e evidencia o domínio de Peele em suas habilidades no storytelling.

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7º lugar
Dor e Glória
Direção de Pedro Almodóvar
Roteiro de Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Penélope Cruz, Asier Etxeandia

Dor e Glória é uma autobiografia com caráter relativamente inventivo da própria história de Pedro Almodóvar. Nesse inventário de sua vida e obra, Almodóvar reflete sobre as inspirações para o seu cinema em sua biografia enquanto passa por problemas de saúde. O relato pessoal de Almodóvar ganha ainda mais significado quando ele escolhe Antonio Banderas para interpretá-lo como o cineasta Salvador Mallo e Penélope Cruz como sua mãe, a inspiração para a maior parte das mulheres dos seus filmes. Assim, ao longo de Dor e Glória, Almodóvar retorna a sua iconografia, pontuando momentos decisivos da sua infância que reverberaram no artista que se tornou. No lugar do gozo com o seu próprio talento, armadilha sedutora a alguns desses filmes autobiográficos, Dor e Glória opta por um relato sincero sobre o talento criativo de Almodóvar e pelo resgate da origem de toda essa mitologia, a sua própria identidade. 

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6º lugar
Amanda 
Direção de Mikhaël Hers
Roteiro de Mikhaël Hers e Maud Ameline
Elenco: Vincent Lacoste, Isaure Multrier, Stacy Martin

Amanda é uma pequena joia cinematográfica que possivelmente passou despercebida pelo público até por uma certa falta de buzz midiático. O drama de Mikhaël Hers conta a história de um jovem que tem que assumir a responsabilidade de cuidar da sobrinha de sete anos de idade. Hers consegue construir o seu drama familiar com uma honesta e palpável dimensão afetiva que em momento algum soa forçada. Amanda é um longa sobre processos de resiliência, responsabilidade afetiva, mútuo amadurecimento e aprendizado e empatia diante das circunstâncias que tomam de súbito o núcleo familiar central. No lugar do dramalhão escancarado, Hers opta pela naturalidade com a qual os laços de afeto são construídos na relação entre o jovem interpretado por Vincent Lacoste e a pequena Isaurie Multrier, evitando que esse esteio emotivo seja reduzido a um sensacionalismo que o drama sobre uma infância ameaçada ocasionalmente costuma ditar nesse tipo de narrativa. 

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5º lugar
Midsommar: O Mal não espera a Noite
Direção de Ari Aster
Roteiro de Ari Aster
Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, Vilhelm Blomgren

Além de Jordan Peele, outro nome do horror que teve um grande momento em 2019 foi Ari Aster, isso logo depois de ter entregado Hereditário no ano passado. Com Midsommar: O Mal não espera a Noite, o realizador faz uma alegoria bizarra, plasticamente luminosa e repleta de cores vibrantes sobre os estágios do término de um relacionamento destrutivo e fracassado. Com ótimos desempenhos do seu elenco principal (Florence Pugh encarnando uma jovem com feridas expostas por traumas e Jack Reynor como o seu indiferente, ególatra e ambicioso namorado), Aster exibe em Midsommar uma originalidade de perspectiva, abordagem e exerce um grande fascínio na relação do espectador com sua obra a cada frame milimetricamente calculado. É um longa divisivo, como parte das obras que tiveram eco em 2019 (e como promete ser a carreira do diretor). No entanto, é por esse caráter desestabilizador de juízos que Aster provoca que incluímos Midsommar. É um diferencial cada vez mais salutar e necessário ao cinema, sobretudo o americano. 

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4º lugar
Elegia de um Crime
Direção de Cristiano Burlan
Roteiro de Cristiano Burlan e Ana Carolina Marinho
Documentário

Revirar o passado, sobretudo quando ele é marcado pela violência doméstica e pela extrema pobreza, não é uma das jornadas mais fáceis para um cineasta. No documentário Elegia de um Crime, Cristiano Burlan finaliza a sua trilogia do luto, iniciada em Construção (2007) e Mataram meu irmão (2013), desta vez retomando a história da morte da sua mãe. Isabel Burlan da Silva foi assassinada pelo seu então esposo em 2011 e desde então o paradeiro do autor do crime é desconhecido da polícia. Burlan usa o documentário como forma de ajustar questões mal resolvidas da sua própria biografia, recontando eventos que levaram Isabel a ser vítima desse crime, realizando um cinema de reparação e justiça à memória da sua mãe, mas também expurgando algumas dores pessoais.  

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Não teve crítica para o filme no site. 



3º lugar
Gloria Bell
Direção de Sebastián Lelio
Roteiro de Alice Johnson Boher
Elenco: Julianne Moore, John Turturro, Michael Cera

Gloria Bell é um remake americano do longa Gloria (2014) do chileno Sebastián Lelio dirigido pelo próprio realizador. Na versão americana, o filme continua sendo um vibrante estudo de personagem, refletindo sobre o envelhecimento pela perspectiva da sua apaixonante personagem-título, aqui interpretada por uma radiante Julianne Moore, nossa escolha como melhor atriz do ano. Lelio leva a jornada da sua Gloria para os EUA demonstrando o caráter universal de sua história e também o carisma da sua heroína, uma mulher real, que é admirável pela sua capacidade de responder com vitalidade à tomada de consciência sobre a efemeridade da vida. Como acontecia em 2014 com Paulina Garcia, parte do resultado de Gloria Bell se deve ao processo de colaboração entre Lelio e sua protagonista, Julianne Moore. Nosso desejo? Sabemos que não irá acontecer, mas que Lelio rode o mundo e escolha uma grande atriz de cada país para interpretar suas Glorias. Estaremos na primeira fileira para assistir todas elas. 

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2º lugar
Parasita
Direção de Bong Joon-ho
Roteiro de Bong Joon-ho e Han Jin Won
Elenco: Song Kang-ho, Lee Sun-kyun, Jo Yeo-jeong

O mundo fora das telas não está fácil. As estruturas sociais estão cada vez mais perversas e classistas, marcadas pela omissão e indiferença violenta de uma elite cada vez mais destrutiva e alienada às necessidades das classes mais pobres. Parasita ganhou o prêmio de melhor filme na última seleção do Festival de Cannes e chega na temporada de premiações do cinema americano com fortes chances de vitória, construindo um panorama inventivo, mas bastante próximo da realidade. O filme conseguiu representar de maneira brilhante a forma como a sociedade retroalimenta estruturas que geram crises econômicas, pobreza e a completa falta de perspectiva de melhora desse quadro. Bong Joon-ho faz isso em Parasita trafegando com fluidez por gêneros díspares em frações de segundo, realizando um longa preciso em sua análise social, mas também criativo com sua geografia e arquitetura peculiar e sua mise-en-scène que se aproxima de um balé ou da coreografia das artes marciais. É revigorante para o cinema ter uma obra tão bem realizada quanto Parasita.

Em cartaz nos cinemas. 




Melhor filme do ano
Era uma vez em... Hollywood
Direção de Quentin Tarantino
Roteiro de Quentin Tarantino
Elenco: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie

O cinema de Quentin Tarantino nunca representou um totem cinéfilo para mim como é para a maioria dos colegas. Percebo Pulp Fiction como um ponto alto da carreira do cineasta, Kill Bill como uma delícia de mash-up cinematográfico e Bastardos Inglórios talvez represente a realização máxima da carreira de Tarantino. Acho a fase western do diretor (Django Livre e, principalmente, Os Oito Odiados) hiperestimada - e sei que corro o risco de soar como "louco" por esse juízo. Dito isso, não estava preparado para Era uma vez em... Hollywood.

Representando aspectos culturais definidores de uma época de transição para a produção audiovisual, a década de 1960 (transformações de perspectivas para as histórias, métodos e abordagens do cinema americano), Tarantino cria uma história sobre um entremeio que tem como tom a decadência e o amor nostálgico. O brutal assassinato de Sharon Tate e seus amigos pela família Manson é recontado pelo realizador de maneira emocionalmente engajada como talvez em nenhum outro longa do realizado. Era uma vez em... Hollywood é o amadurecimento de um Tarantino que se afasta um pouco daquela figura cool e adolescente e se transmuta em um realizador adulto que mantém seu projeto cinematográfico e seu espírito irreverente, mas que olha para sua cartela de referências como uma possibilidade de lidar de maneira aberta, pessoal e talvez mais espontânea com seus sentimentos. 

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Menção honrosa pelo impacto cultural


Bacurau
Direção de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles
Roteiro de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles
Elenco: Sônia Braga, Silvero Pereira, Udo Kier

Não costumo fazer isso, mas acredito que seja pertinente trazer a lembrança de outro filme que merece estar no topo dessa seleção junto com Era uma vez em... Hollywood, não por uma escolha pessoal, mas pelo impacto cultural que ele causou em 2019. Trata-se de Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles. Há anos não tínhamos uma safra de filmes nacionais tão bons quanto em 2019, curiosamente, um ano em que esferas de poder não mediram esforços para depreciar o lugar da cultura e, particularmente, do cinema na sociedade brasileira. Bacurau acabou se destacando por representar na sua alegoria distópica um Brasil em estágios cíclicos de retrocessos e constantemente violado por mentalidades tacanhas. 

Durante a década, Kleber Mendonça Filho demonstrou esse compromisso de desnudar a hipocrisia e alienação de uma elite e as reminiscências históricas do classismo no Brasil que ressoam na contemporaneidade justamente por não conseguirmos reconhecê-lo e enfrentá-lo como um traço corrosivo das nossas estruturas sociais. É por isso que, encerrando uma década, podemos dizer que o realizador afirma-se com Bacurau em um ano tão crítico quanto 2019 como o cineasta brasileiro mais importante dos últimos dez anos.

Esse cinema que traça diagnósticos precisos sobre os "esqueletos no armário" da sociedade brasileira articulados em O Som ao Redor e Aquarius ganhou impacto popular com Bacurau, sua contribuição com Juliano Dorneles. Bacurau foi um filme abraçado pelo público como grande fenômeno da cultura pop brasileira, tendo suas frases mais célebres repetidas à exaustão, seus personagens transformados em memes e fantasias de datas comemorativas, coisa que a gente só viu na história recente do nosso cinema com filmes como Tropa de Elite, Cidade de Deus e O Auto da Compadecida.

Bacurau foi abraçado pelo público por saber dialogar com ele em alguma instância, falar sobre questões que estavam "entaladas na garganta" a respeito de um Brasil cada vez mais atravancado pela inabilidade que sua classe média tem de lidar com os erros do passado e no lugar negá-los, fingir que não existiram, inventar uma ficção sobre o passado que talvez legitime algum tipo de egoísmo, preconceito ou qualquer sorte de pequenez espiritual. Como relatei, em outras oportunidades, Bacurau não é de longe meu filme preferido da filmografia de Mendonça Filho, tampouco meu filme brasileiro preferido do ano, mas acho importante como crítico deixar um pouco de lado a instância do "eu" de lado e reconhecer o que teve impacto no público e é reflexo do nosso tempo.

Que no futuro, filmes como Bacurau soem como anacrônico e que a gente possa contar outro tipo de história sobre nossa sociedade. É um desejo não só para o próximo ano, mas para a próxima década.   

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Em anos anteriores: Me chame pelo seu Nome (2018); mãe! (2017); Elle (2016); Foxcatcher (2015); Sob a pele (2014); Amor (2013); Drive (2012); A Árvore da Vida (2011); A Rede Social (2010); Amantes (2009); Avatar (2009); Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008); Pecados Íntimos (2007) e Filhos da Esperança (2006).

Confira nossos demais posts do Listão:

Melhores atrizes de 2019

Melhores atores de 2019

Piores filmes de 2019

COMENTÁRIOS

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Chovendo Sapos: Listão: Os melhores filmes de 2019
Listão: Os melhores filmes de 2019
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