Quando Drop: Ameaça Anônima tem início, Violet (Meghann Fahy, de White Lotus e O Casal Perfeito) está se recuperando das marcas deixadas pelo seu relacionamento abusivo com o pai do seu único filho. Passaram-se alguns anos desde o último episódio de violência doméstica envolvendo a personagem e ela finalmente está pronta para ter o primeiro encontro com outro homem, o fotógrafo pessoal de um político que ela acaba conhecer na internet. Durante o encontro em um restaurante de alta gastronomia, Violet recebe mensagens anônimas no seu celular de alguém que ameaça a vida do seu filho e ela não pode, sob nenhuma hipótese, pedir ajuda a terceiros, devendo obedecer aos comandos do criminoso.
Drop: Ameaça Anônima é o mais recente trabalho dirigido por Christopher Landon, realizador por trás de A Morte te dá Parabéns e sua sequência. Como nos filmes anteriores do diretor, Drop constrói sua trama com muita tensão e o que o roteiro de Jillian Jacobs e Chris Roach evidencia é a situação de desconfiança vivida pela protagonista tentando sair da situação delicada na qual se encontra, mas também procurando desvendar a identidade do autor das mensagens que recebe no seu celular. Todos que estão no restaurante do encontro de Violet passam a ser suspeitos: o seu date Henry, o garçom novato, um senhor que como ela também está em um encontro com uma mulher que conhece na internet, um cliente solitário à espera da irmã...
Landon consegue exibir domínio durante boa parte do suspense, sendo cirúrgico quando o filme é mais atento aos detalhes e à tensão que toma conta de uma protagonista que não pode revelar o perigo que está passando e que deve tomar decisões drásticas durante aquela noite. Landon tem soluções visuais criativas para a interação da sua protagonista com o criminoso chantagista pelo celular e Meghann Fahy e Brandon Sklenar seguram bem as pontas interpretando as duas pessoas que estão presente em boa parte das cenas do longa.
O grande problema de Drop: Ameaça Anônima está no seu terceiro ato. Quando a identidade do criminoso é revelada, toda a tensão silenciosa marcada pelos detalhes nas movimentações e olhares da sua protagonista é substituída por um show de pirotecnia e absurdos. De repente, a personagem, uma mulher comum, toma as decisões mais estapafúrdias possíveis para resgatar o filho das mãos de um criminoso armado. Nesse momento, Drop: Ameaça Anônima decide pelo desfecho fácil e clichê do thriller americano nada sutil, rendendo-se aos apelos usuais dos grandes estúdios, ou seja, quanto mais barulho, melhor. Assim, sem cerimônia, o filme acaba mandando às favas qualquer plausibilidade e também a boa vontade do próprio espectador com o que vinha sendo oferecido até então.
COMENTÁRIOS