Flow é um dos grandes títulos da temporada de prêmios de 2025. O filme indicado ao Oscar de melhor longa de animação e melhor longa internacional, representando a Letônia, traz um grupo de animais tentando sobreviver a uma grande enchente em uma Terra pós-apocalíptica. Em uma barca, um gato, uma capivara, um lêmure, um cachorro e um pássaro percorrem uma vasta paisagem marcada por antigas edificações humanas em ruínas.
O filme de Gints Zilbalodis é uma grande ode à força da natureza, apresentando-a como majestosa e fascinante, mas também impiedosa e soberana, para no final das contas sintetizá-la em sua fluidez orgânica através de sucessivas correntes de mudanças. Enquanto no momento mais dramático para o grupo de protagonistas uma grande baleia vive na máxima potência e esplendor a sua existência, quando tudo é arrefecido o grande animal tem os seus últimos momentos.
A ação em Flow é oras vivida oras testemunhada como uma espécie de pov por um gatinho preto de olhos grandes amarelados. O animal apresenta resiliência ao escapar das situações mais absurdas apresentadas pelo filme e sai da sua condição solitária do início da história para aprender a importância da vivência em comunidade.
Em suas econômicas uma hora e meia de projeção, marcado pela ausência de diálogos, Flow dá conta de um infindável número de demandas. O filme contrói personalidades própria para cada um dos animais que compõe o grupo viajante, "costurando" pouco a pouco o laço daqueles personagens. O grupo fortalece o vínculo na medida em que passam por uma série de adversidade juntos.
A animação é marcada por belíssimas imagens, talvez algumas das mais bonitas de toda a temporada, valendo a pena a experiência na tela grande. É também um filme extremamente imersivo, engajando o público das mais diferentes faixas etárias no destino dos animais do barco resultando em uma experiência que proporciona uma diversidade de emoções.
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