Tendo realizado filmes como Independence Day e O Dia depois de Amanhã, o diretor Roland Emmerich ganhou o status de especialista em cinema catástrofe em Hollywood. Moonfall é a mais recente aposta dos estúdios estadunidenses com o diretor narrando a jornada de um grupo de cientistas que tenta conter um evento "natural": a lua sai da órbita da Terra, ameaçando colidir com o nosso planeta.
A premissa estapafúrdia de Moonfall não é um dos seus pontos falhos, afinal, esse tipo de "piração" que subverte lógicas científicas encontra uma certa margem de aceitação quando ela é feita em prol do entretenimento (ainda que temeroso, afinal, vivemos em tempos de negação da ciência). O cinema catástrofe sempre viveu da falta de lógica muitas vezes. O problema do mais recente filme de Emmerich é como tudo soa absolutamente genérico. É como se a esta altura do campeonato o veterano soasse como um arremedo de si mesmo.
Tudo em Moonfall evidencia o teor barato da sua proposta de cinema. Dos efeitos visuais grosseiramente mal feitos ao roteiro pedestre que apela para personagens que explicam o tempo todo não só os eventos catástróficos, mas suas relações e seus sentimentos. Nesse sentido, o longa de Emmerich fica ainda pior quando tenta ser mais do que um blockbuster descartável no circuito e procura algum tipo de profundidade no desenvolvimento da sua história, algo que Moonfall jamais consegue dar conta.
Atores habitualmente competentes como Halle Berry, Patrick Wilson e John Bradley fazem o que podem mas a trama relega seus personagens a conflitos banais, a maioria deles envolvendo suas relações familiares. Nesse departamento, Moonfall apela para aquele melodrama preguiçoso que sequer dá espaço para o desenvolvimento de conflitos psicológicos com suas figuras humanas, se valendo de muito pouco para gerar qualquer tipo de empatia no público. Por exemplo, o filme assume a relação mal resolvida entre Wilson e o filho interpretado apaticamente por Charlie Plummer como algo que possui algum nível de importância na história ou representa o "coração" de um longa que se sustenta no espetáculo da destruição da Terra. Ao mesmo tempo, a produção faz muito pouco para criar elementos que façam o espectador de fato se importar com esta relação.
O terceiro ato confuso que apela para o CGI, deixa claro como o filmeé mais um desses blockbusters sem "alma". É triste notar como a filmografia de Roland Emmerich se reduziu a uma nota só, pior, como a cada filme que passa fica mais evidente que o "midas" do cinema catástrofe hollywoodiano passou a trabalhar no piloto automático.
Título original:Moonfall
Ano: 2022
Duração: 120 minutos
Nos cinemas
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser e Spenser Cohen
Elenco: Halle Berry, Patrick Wilson, John Bradley, Charlie Plummer, Kelly Reilly, Michael Peña, Donald Sutherland, Carolina Bartczak, Chris Sandiford.
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