Ingrid Thorburn é uma sociopata que passa boa parte do seu dia stalkeando instagramers famosas em busca de um referencial de lifestyle para sua existência sem sentido. Mesmo depois de passar por uma séria crise emocional decorrente desse problema, a moça segue com seus hábitos e escolhe como referência da vez a fotógrafa Taylor Sloane, que, como todas as influencers, parece ter uma vida perfeita. A jovem começa a ficar amiga da famosa instagramer e logo seus graves sintomas começam a se manifestar novamente.
Ingrid vai para o Oeste tem um discurso muito assertivo sobre toda essa sociabilidade online que faz parte do universo das suas protagonistas. E as interpretações do diretor e roteirista Matt Spicer sobre i assunto não são nada positivas. De maneira geral, Ingrid vai para o Oeste mostra como o mundo dos instagramers e como a vida dos seus fanáticos seguidores é superficial e triste. Não há contra-discurso, mesmo quando o filme parece humanizar suas duas protagonistas, a stalker Ingrid vivida por Aubrey Plaza e a digital influencer Taylor de Elizabeth Olsen.
Claro que algumas percepções de Spicer sobre esse universo são válidas e perfeitamente aplicáveis para a realidade. De fato, é um universo marcado por todas essas características negativas, mas é um tipo de reflexão que tende ao reducionismo. Há insights interessantes como a construção de alguns personagens como o marido hipster da personagem de Olsen ou a própria Ingrid vivida com uma melancolia patética por Aubrey Plaza. No entanto, se formos a fundo, tudo segue um pouco superficial, ainda que não aparente.
O discurso do filme sobre sua temática acaba soando como o senso comum que costumamos apreender sobre os perversos efeitos da mídia na sociedade, sobretudo porque o filme prefere um certo realismo em detrimento da ironia de uma sátira, um caminho que se por sinal fosse abraçado pelo realizador rendereia um resultado bem mais interessante. Não trazendo nada de muito novo para uma discussão complexa e franca sobre o universo dos influencers, Ingrid vai para o Oeste se reduz a uma estereotipia camuflada por um tratamento ocasionalmente crítico ao assunto dado ao assunto.
O discurso do filme sobre sua temática acaba soando como o senso comum que costumamos apreender sobre os perversos efeitos da mídia na sociedade, sobretudo porque o filme prefere um certo realismo em detrimento da ironia de uma sátira, um caminho que se por sinal fosse abraçado pelo realizador rendereia um resultado bem mais interessante. Não trazendo nada de muito novo para uma discussão complexa e franca sobre o universo dos influencers, Ingrid vai para o Oeste se reduz a uma estereotipia camuflada por um tratamento ocasionalmente crítico ao assunto dado ao assunto.
Ingrid goes West, 2017. Dir.: Matt Spicer. Roteiro: Matt Spicer e David Branson Smith. Elenco: Aubrey Plaza, Elizabeth Olsen, O'Shea Jackson Jr., Wyatt Russell, Billy Magnussen, Pom Klementieff, Hannah Pearl Utt, Angelica Amor, Joseph Breen. Disponível na Netflix, 98 min.
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