Ambientado no início da década de 1990, Luta por Justiça conta a história do advogado idealista Bryan Stevenson interpretado por Michael B. Jordan e sua árdua campanha nos tribunais para livrar do corredor da morte negros condenados por crimes que não cometeram. O caso mais emblemático e transformador da causa foi aquele envolvendo Walter McMillian, um homem simples interpretado por Jamie Foxx, acusado de matar uma jovem branca.
O filme de Destin Daniel Cretton, o mesmo do hit indie Temporário 12, responsável por impulsionar a carreira de Brie Larson (que também está nesse longa) em 2013, segue todo um protocolo de dramas jurídicos históricos, com uma trama de tratamento linear, pouco afeito a firulas estéticas e um roteiro repleto de frases de efeito. Esses traços do longa beneficiam, mas também banalizam o filme, que apesar de mostrar-se relevante em sua temática, se banaliza com essa clivagem mais pasteurizada.
Além disso há um evidente excesso de duração (chega próximo de duas horas e meia de metragem) com passagens da trama que poderiam facilmente ser retiradas sem prejuízo da essência da história. O elenco tem atuações discretas e eficientes, mas nada que se revele um ponto fora da curva. Como o condenado no corredor da morte, Jamie Foxx rende algumas das cenas mais emocionantes, mas Michael B. Jordan segura bastante como o protagonista.
Luta por Justiça acaba impondo sua importância mesmo pela ressonância do caso que narra. Poderia se beneficiar mais caso Cretton optasse pelo documentário, mas sabemos como a dramatização desse tipo de material acaba sendo a preferência de grandes estúdios. O resultado é satisfatório e tem uma força como discurso crítico que reflete sobre as injustiças do sistema penitenciário, mas a obra é protocolar e pálida como realização artística.
Just Mercy, 2019. Dir.: Destin Daniel Cretton. Roteiro: Destin Daniel Cretton e Andrew Lanham. Elenco: Michael B. Jordan, Jamie Foxx, Brie Larson, Michael Harding, Rafe Spall, Tim Blake Nelson, J. Aphonse Nicholson. Warner, 137 min.
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