Kursk: A Última Missão narra os eventos que aconteceram com as famílias de um grupo de marinheiros vítima de uma tragédia no mar de Barents. Em 2000, um submarino para o qual trabalhavam chamado Kursk afundou e levou todos a uma situação de grande risco. A produção conta com a direção do premiado Thomas Vinterberg, de Festa de Família e A Caça.
É preciso frisar, entretanto, que Kursk está longe de ser um exemplar autêntico da carreira do cineasta, apesar de que sem a presença dele por trás do projeto, possivelmente o resultado seria ainda mais enfadonho ou até desastroso. O projeto parece um daqueles títulos comerciais que buscam realizadores como Vinterberg apenas para trazer algum tipo de "grife" ao produto.
O drama é o mais estandardizado possível. Ao longo das suas duas horas de projeção, o espectador acompanhará o drama dos marinheiros presos no submarino no fundo do mar, a dor das suas famílias e as tentativas delas buscarem algum tipo de suporte no resgate de passivas e frias autoridades. Como trama, Kursk é extremamente burocrático e segue os passos da maioria dos seus similares.
Vinterberg intervém pouco nessa rigidez e inflexibilidade do projeto a qualquer ideia que fuja um pouco do protocolo. A ação em Kursk é bem mais interessante fora do submarino do que dentro dele. Nesse sentido, o trabalho do diretor ganha destaque quando dá suporte aos momentos de atrito entre as esposas das vítimas do naufrágio, representadas pela excelente Léa Seydoux, e a autoridade representada pelo personagem de Max von Sydow. No mais, Kursk acaba se revelando um projeto tolhido por cartilhas comerciais que não trazem absolutamente nenhum novo sabor para esse tipo de narrativa.
Kursk, 2018. Dir.: Thomas Vinterberg. Roteiro: Robert Rodat. Elenco: Matthias Schoenaerts, Léa Seydoux, Colin Firth, Max von Sydow, Peter Simonischek, August Diehl, Bjarne Henriksen, Magnus Millang, Joel Basman. Paris Filmes, 118 min.
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