Com a questão dos refugiados sendo explorada em diversas mídias, a Netflix endossa a carreira de Missão no Mar Vermelho. O filme é protagonizado por Chris Evans e representa o primeiro trabalho do ator depois de se despedir do seu Capitão América em Vingadores: Ultimato.
O longa aborda o êxodo de judeus etíopes do país no final da década de 1970 auxiliado por agentes da Mossad, a agência de inteligência israelense. No filme, a missão é encabeçada por um agente interpretado por Evans que recruta uma equipe e usa um hotel local como fachada para conseguir levar grupos de judeus do país para Israel.
Missão no Mar Vermelho é dirigido e roteirizado por Gideon Raff, que assina alguns episódios da série Quântico. O longa possui um bem-vindo equilíbrio entre a seriedade que o seu tema exige e um tom mais despojado, usado como respiro, sobretudo quando mostra a rotina dos agentes como funcionários do hotel. Não há muita profundidade na construção dos seus personagens e todos eles possuem dramas e motivações rasas, ou seja, que são pouco exploradas em seus pormenores pelo roteiro, mas também é algo que até perdoamos pois fica claro desde o início que Raff aborda esses protagonistas como grupo e se interessa mais pelo contexto histórico e social.
Missão no Mar Vermelho tem, contudo, um grande problema com a sua perspectiva. A voz dos personagens etíopes é praticamente anulada e, a exceção de um rapaz local que ajuda o personagem de Evans até o desfecho, todas as suas ações são mostradas pela ótica dos agentes da Mossad, o que, além de trazer menos riqueza para a obra a faz escorregar na famosa síndrome do white savior, o herói branco que tira o personagem negro, uma figura nula em cena, de uma situação periculosa.
The Red Sea Diving Resort, 2019. Dir.: Gideon Raff. Roteiro: Gideon Raff. Elenco: Chris Evans, Alessandro Nivola, Ben Kingsley, Haley Bennett, Michiel Huisman, Michael K. Williams, Greg Kinnear, Chris Chalk, Alex Hassell. Disponível na Netflix, 129 min.
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