A boa repercussão de It: A Coisa impulsionou a Paramount a fazer outra adaptação de um clássico do escritor Stephen King para as telonas, Cemitério Maldito. A história da família Creed já havia ganhado uma adaptação em 1989 pelas mãos da diretora Mary Lambert, conhecida na década de 1980 por suas empreitadas em videoclipes e estrelas pop como Madonna e Janet Jackson. O Cemitério Maldito de 1989 não era lá "grandes coisas", mas tem bons momentos, além de ter eternizado o clássico do rock de Ramones que foi tema do longa.
A versão que chega aos cinemas em 2019, conduzida por Kevin Kölsch e Dennis Widmyer toma consideráveis liberdades em relação ao material original, traçando uma rota diferente para alguns de seus personagens, algo que pode não agradar os fãs mais conservadores de King. Acontece que os problemas de Cemitério Maldito não têm relação com as liberdades do novo roteiro, mas sim com premissas cinematográficas básicas.
O longa narra a conhecida história de uma família que se muda para uma casa afastada da grande cidade e próxima de um cemitério de animais da região. Depois que um incidente ocorre na casa dos Creed, o patriarca faz um pacto para revertê-los e as coisas começam a dar errado para a família.
O grande equívoco da adaptação mais recente do clássico de Stephen King é demorar para entregar o mote da sua trama, rendendo um filme que anda em círculos e se arrasta até que de fato algo extremamente tenebroso tome conta do lar dos Creed. Até lá, o espectador acompanha uma trama arrastada que até acerta na construção de uma atmosfera soturna, mas que não se sustenta apenas com seus apelos visuais.
Jason Clarke não compromete o projeto como o protagonista, ainda que careça de carisma para sustentar o protagonista da história, restando à pouco conhecida Amy Seimetz os melhores momentos do filme. Como Rachel Creed, Seimetz consegue construir uma mulher traumatizada que passa a reviver determinados temores assim que se muda para sua nova casa.
Acertando em alguns elementos, mas perdendo o timing da construção da sua história, Cemitério Maldito não é das melhores adaptações de Stephen King, mas também não passa vergonha. O longa fica num meio termo que pode torná-lo esquecível com o passar dos anos, mas que também o faz escapar da péssima fama das piores adaptações de histórias do autor.
Pet Sematary, 2019. Dir.: Kevin Kölsch e Dennis Widmyer. Roteiro: Jeff Buhler. Elenco: Jason Clarke, Amy Seimetz, John Lithgow, Jeté Lawrence, Hugo Lavoie, Lucas Lavoie, Obssa Ahmed, Maria Herrera, Frank Schorpion. Warner, 101 min.
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