Seguindo o mesmo caminho dos recentes remakes da Disney, Aladdin chega aos cinemas refazendo o percurso do clássico de animação do estúdio. A produção dirigida por Guy Ritchie conta a história que conhecemos do jovem e pobre rapaz de Agrabah que encontra um gênio dentro de uma caverna ao esfregar uma lâmpada mágica. A poderosa criatura lhe concede três desejos e então Aladdin parte numa jornada para conquistar a princesa Jasmine por quem se apaixona platonicamente.
O filme é dirigido por Guy Ritchie, que soube se adaptar à indústria com projetos como Sherlock Holmes após ficar conhecido como um diretor de personalidade no circuito indie com Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes. O roteiro do próprio Ritchie e de John August tem reverência à clássica animação de 1992 da Disney, que também inspirou uma adaptação para a Broadway.
Quando acerta, Aladdin se arremessa na rede de segurança que é um dos mais reverenciados filmes do estúdio. Lançado nos cinemas em 1992, Aladdin foi um dos títulos que mais conseguiram equilibrar doses de aventura, romance, drama, humor e números musicais, que, por sinal, ganham um dos raros lances de originalidade da produção, buscando inspiração em Bollywood e no hip hop, sobretudo quando o gênio de Will Smith entra em cena.
Para tentar justificar a releitura de algo praticamente perfeito, Aladdin tenta inserir sem sucesso novos elementos na história que não são desenvolvidos com a complexidade que merecem pelo roteiro. Há a cobiça do reino da mãe de Jasmine pelo vilão Jafar, uma origem para o vizir do rei que o aproxima de Aladdin, um mote empoderador para a princesa (que na animação já era uma princesa à frente das outras) e até um interesse amoroso para o gênio de Smith. Nada disso é explorado com complexidade pela produção e parece jogado aleatoriamente na história como forma de justificar o remake de algo perfeito.
Apesar da falta de humor e magia se o compararmos com o clássico da animação, Aladdin tem alguns momentos de bom entretenimento. O elenco consegue estar bem na tela, principalmente o jovem casal de protagonistas Mena Massoud (Aladdin) e Naomi Scott (Jasmine). Will Smith também está bem como o gênio. O temor de que o desempenho do ator pudesse ser comprometido pelo fantasma da performance marcante de Robin Williams na animação de 1992 se dilui quando a produção constrói um gênio com a personalidade de Smith e não uma tentativa de imitação do antecessor. É, no final das contas, uma produção simpática, ainda que dispensável.
Aladdin, 2019. Dir.: Guy Ritchie. Roteiro: Guy Ritchie e John August. Elenco: Mena Massoud, Naomi Scott, Will Smith, Marwan Kenzari, Navid Negahban, Nasim Pedrad, Billy Magnussen, Jordan A. Nash, Amir Boutrous, Numan Acar, Taliyah Blair. Disney, 128 min.
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