Vencedor do último Festival de Cannes na mostra Un Certain Regard, Fronteira é uma co-produção Suécia e Dinamarca que também chamou atenção da Academia de Hollywood, conseguindo uma indicação ao Oscar, melhor maquiagem. O longa de Ali Abbasi chama a atenção por ser um conto curioso sobre uma policial cuja habilidade de faro utiliza em diversas ocasiões no serviço. A protagonista Tina também vive um conflito com sua aparência, objeto de estranhamento nas suas relações sociais.
A co-produção é curiosa sobretudo por mesclar realidade e fantasia, adotando um tom sombrio, mas também bastante sensível e humano, resultando em um filme "estranho", mas singular por sua estranheza. Na medida que a história com toques incomuns de Abbasi avança, a personagem da atriz Eva Melander, a policial Tina, se mostra uma outsider que gradualmente encontra seu espaço no mundo ao se deparar com um rapaz de aparência igual a sua com quem mantém uma relação após se aproximar por curiosidade.
Fronteira conta com um ótimo desempenho de Eva Melander como essa protagonista, mas ganha sobretudo pelo olhar de Ali Abbasi para sua história. O realizador cria uma atmosfera interessante entre o drama urbano policial e elementos do fantástico, alcançando um equilíbrio que confere singularidade a sua mistura de gêneros - algo que, por exemplo, o diretor americano David Ayer não conseguiu na Netflix com Bright, projeto estrelado por Will Smith.
É um filme sobre excluídos sociais e seus processos de afirmações identitários. Personagens que se encontram e que a partir disso conseguem se sentir à vontade na sua própria pele. Essa é a jornada de Tina, pincelada pelo realizador com a brutalidade de um realismo, mas também com a criatividade bizarra que a imaginação pode lhe dar, resultando em uma obra original grotesca, crua, poética e a puramente humana.
É um filme sobre excluídos sociais e seus processos de afirmações identitários. Personagens que se encontram e que a partir disso conseguem se sentir à vontade na sua própria pele. Essa é a jornada de Tina, pincelada pelo realizador com a brutalidade de um realismo, mas também com a criatividade bizarra que a imaginação pode lhe dar, resultando em uma obra original grotesca, crua, poética e a puramente humana.
Gräns, 2018. Dir.: Ali Abbasi. Roteiro: Ali Abbasi, Isabella Eklof e John Ajvide Lindqvist. Elenco: Eva Melander, Eero Milonof, Jörgen Thorsson, Ann Petrén, Sten Ljunggren, Kjell Wilhelmsen, Rakel Wärmländer. Arteplex, 110 min.
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