Baseado no mangá de Yukito Kishiro, Alita: Anjo de Combate é um projeto gestado durante anos por James Cameron. A adaptação seria o filme do diretor após Titanic, muito antes de Avatar, e teria a atriz Jessica Alba como sua protagonista. Quase vinte anos depois, o diretor passa o projeto para as mãos de Robert Rodriguez (diretor de Sin City e Planeta Terror) e o resultado é dos menos imaginativos da carreira de ambos. Alita parece um desses blockbusters quaisquer gestado às pressas na sala de um grande estúdio por seus executivos.
O filme conta a história de uma ciborgue que ganha vida novamente pelas mãos do cientista Dr. Ido, papel de Christoph Waltz. Ela acorda num futuro pós-apocalíptico e aos poucos começa a se lembrar do seu passado como guerreira, sendo notada por outros personagens da trama, entre eles outros ciborgues e Vector, vivido por Mahershala Ali, responsável por organizar um grande campeonato de motorball, um esporte praticado numa grande arena e com o qual Alita se envolve.
Há uma grande qualidade técnica em Alita: Anjo de Combate. A maneira como as cenas de ação são visualmente concebidas e o trabalho com as feições da atriz Rosa Salazar, cujo rosto emula os traços de um personagem de anime, são muito bem executados - também, pudera, com um orçamento de quase US$ 200 milhões, James Cameron, Robert Rodriguez e companhia não fizeram mais do que cumprir uma expectativa. É na narrativa que o longa peca, faltando expressividade nas emoções que a história da ciborgue apenas sugere.
Como virou rotina nesses grandes projetos, o roteiro subaproveita três grandes atores, os vencedores do Oscar Christoph Waltz (Django Livre e Bastardos Inglórios), Mahershala Ali (Moonlight: Sob a Luz do Luar) e Jennifer Connelly (Uma Mente Brilhante). Os três têm participações inexpressivas ao longo da história. O foco dramático acaba sendo a relação de Alita com o garoto Hugo, interpretado pelo jovem Keean Johnson, um romance dos mais insossos de se ver na tela já que nada é feito a favor dessa relação.
Como virou rotina nesses grandes projetos, o roteiro subaproveita três grandes atores, os vencedores do Oscar Christoph Waltz (Django Livre e Bastardos Inglórios), Mahershala Ali (Moonlight: Sob a Luz do Luar) e Jennifer Connelly (Uma Mente Brilhante). Os três têm participações inexpressivas ao longo da história. O foco dramático acaba sendo a relação de Alita com o garoto Hugo, interpretado pelo jovem Keean Johnson, um romance dos mais insossos de se ver na tela já que nada é feito a favor dessa relação.
Não cabe nem mencionar o esforço de camuflar a adaptação do material aos padrões ocidentais no estranho jogo de concessões que o filme faz com o mangá (preservando os nomes orientais e os traços da protagonista, mas mantendo um elenco hollywoodiano ocidental). No fim das contas, é um "enlatado" dos mais baratos, igual a tantas outras super-produções dos grandes estúdios nos últimos anos. É possível até que possa gerar uma vontade de conhecer o mangá e o anime, mas como realização cinematográfica, o longa de Rodriguez não consegue se sustentar como obra.
Alita: Battle Angel, 2019. Dir.: Robert Rodriguez. Roteiro: James Cameron e Laeta Kalogridis. Elenco: Rosa Salazar, Christoph Waltz, Mahershala Ali, Jennifer Connelly, Keean Johnson, Ed Skrein, Jackie Earle Haley, Eiza González, Jorge Lendeborg Jr., Lana Condor. Fox, 122 min.
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