Continuação do sucesso Os Homens são de Marte... E é pra lá que eu vou, Minha Vida em Marte traz de volta Fernanda, personagem de Mônica Martelli, agora às voltas com o desgaste da sua relação com Tom (Marcos Palmeira), com quem foi casada por cerca de 8 anos. O enfoque do filme de Susana Garcia são as alternativas que Fernanda e seu melhor amigo Anibal (Paulo Gustavo) encontram para tirar a protagonista da fossa, mas o que ganha relevo mesmo na produção é o timing cômico de Paulo Gustavo, que de coadjuvante ou alívio cômico, passa a figura central da história.
Minha Vida em Marte segue a cartilha esperada desse tipo de material, com direito até a cenário internacional patrocinado por companhia aérea. O filme tem o esforço de dialogar com um público feminino por volta dos quarenta anos que esteja vivenciando uma situação parecida com a de Fernanda, tendo como enfoque a palavra de apoio e incentivo a superar o luto do divórcio.
Em algumas frentes, Minha Vida em Marte é um filme simpático e bem intencionado, ainda que seu discurso sobre a solterice soe atabalhoado por sua personagem oscilar entre a necessidade desesperada de encontrar um par que preencha a lacuna deixada pelo ex-marido e a importância de curtir o seu momento de solidão bem-vinda com os amigos. O que desestabiliza mesmo o resultado da continuação é o excessivo protagonismo de Paulo Gustavo, que, indubitavelmente, tem uma força e um magnetismo descomunal em cena, mas acaba se tornando uma presença muito forte no filme, a ponto das suas piadas ofuscarem o que de fato interessa na história. Assim, Minha Vida em Marte se transforma num longo stand-up comedy sem "respiros" e os conflitos da sua protagonista ficam por completo no segundo, terceiro ou quarto plano.
Minha Vida em Marte, 2018. Dir.: Susana Garcia. Roteiro: Susana Garcia. Elenco: Monica Martelli, Paulo Gustavo, Marcos Palmeira, Marianna Santos, Fiorella Matheis, Ricardo Pereira, Lucas Capri, Dudu Pelizzari, Anitta. Downtown Filmes, 110 min.
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