Depois de sete anos, o público tem enfim uma nova versão americana das histórias de Lisbeth Salander, a hacker criada pelo escritor Stieg Larsson na série de livros Millenium. Saem de cena o diretor David Fincher e os atores Rooney Mara e Daniel Craig de Millenium: Os Homens que não Amavam as Mulheres, para entrar o diretor Fede Alvarez (de O Homem nas Trevas), a atriz Claire Foy como Salander e o ator Sverrir Gudnason como o jornalista Mikael Blomkvist. O longa em questão é Millenium: A Garota na Teia de Aranha, adaptação da obra homônima que, por sinal, é uma das únicas da série não escritas por Larsson, mas sim por David Lagercrantz.
O longa traz uma trama que envolve a infância de Lisbeth com sua irmã, ambas vítimas das ações de um pai abusivo. A história tem início com a hacker sendo convocada para resgatar um programa de computador capaz de acessar um perigoso arsenal bélico. Salander acaba enfrentando um grupo denominado os Aranhas e conta, mais uma vez, com a ajuda de Blomkvist, jornalista da revista Millenium, para desvendar os meandros do novo caso.
Millenium: A Garota na Teia de Aranha é um longa que claramente se afasta da estética estilizada e característica dos filmes de David Fincher. O longa de Alvarez procura pouca identidade visual, mas também não segue o visual burocrático dos filmes suecos de Niels Arden Oplev com Noomi Rapace como Lisbeth Salander. O que orquestra a adaptação em questão é o compromisso com o gênero e, acima de tudo, com a trama investigativa em curso.
Assim, os ricos personagens criados por Larsson acabam em segundo plano, sobretudo o jornalista Mikael Blomkvist, que faz pouquíssima diferença na trama. Ao mesmo tempo, Salander se transforma em algo que não era em Millenium: Os Homens que não Amavam as Mulheres, uma personagem funcional com poucos aspectos da sua psicologia desenvolvidos e amplificados pelo caso em questão, desperdiçando uma atriz do calibre de Claire Foy, que poderia ter um desempenho tão interessante quanto os de Rooney Mara e Noomi Rapace nas encarnações passadas de Lisbeth Salander.
Assim, os ricos personagens criados por Larsson acabam em segundo plano, sobretudo o jornalista Mikael Blomkvist, que faz pouquíssima diferença na trama. Ao mesmo tempo, Salander se transforma em algo que não era em Millenium: Os Homens que não Amavam as Mulheres, uma personagem funcional com poucos aspectos da sua psicologia desenvolvidos e amplificados pelo caso em questão, desperdiçando uma atriz do calibre de Claire Foy, que poderia ter um desempenho tão interessante quanto os de Rooney Mara e Noomi Rapace nas encarnações passadas de Lisbeth Salander.
Como resultado das escolhas do estúdio, Millenium: A Garota na Teia de Aranha é um filme pálido e com pouca personalidade, ainda que possua uma trama relativamente bem conduzida dentro das expectativas do seu gênero. Não extrapolando cartilhas cinematográficas, nem mostrando-se relevante como incursão no universo criado por Larsson com uma trama pouco inspirada sobre o passado da protagonista, o filme acaba correndo o risco de passar batido nos cinemas e sendo irrelevante para a continuidade da franquia nas telonas.
The Girl in the Spider's Web: A New Dragon Tattoo Story, 2018. Dir.: Fede Alvarez. Roteiro: Fede Alvarez, Steven Knight e Jay Basu. Elenco: Claire Foy, Sverrir Gudnason, Vicky Krieps, Sylvia Hoeks, Lakeith Stanfield, Stephen Merchant, Andreja Pejic, Cameron Britton, Volker Bruch. Sony, 117 min.
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