Jeremy Saulnier é um realizador relativamente novo, mas que fez um certo "barulho" com a repercussão de Sala Verde, ou Green Room, filme de 2015 com Anton Yelchin e Imogen Poots. Saulnier chega em 2018 na Netflix com o longa Noite de Lobos, que acaba de compor a seleção do Festival de Toronto e conta com Jeffrey Wright e Alexander Skarsgard no elenco. Ambientado no Alasca, Noite de Lobos explora toda uma mítica local em torno dos lobos e a relação desses animais com a população local.
O filme tem início com o desaparecimento de um garoto de seis anos de idade relatado por sua mãe em uma carta endereçada a um renomado estudioso do comportamento dos lobos. Ela acredita que o menino tenha sido levado por um desses animais, já que são recorrentes os relatos que dão conta de episódios semelhantes. Depois de um tempo em missão pelo exército americano, o pai do garoto retorna e fica sabendo do acontecido, trazendo à tona um cenário de misticismo que desafia o professor e as autoridades locais.
O filme tem início com o desaparecimento de um garoto de seis anos de idade relatado por sua mãe em uma carta endereçada a um renomado estudioso do comportamento dos lobos. Ela acredita que o menino tenha sido levado por um desses animais, já que são recorrentes os relatos que dão conta de episódios semelhantes. Depois de um tempo em missão pelo exército americano, o pai do garoto retorna e fica sabendo do acontecido, trazendo à tona um cenário de misticismo que desafia o professor e as autoridades locais.
Noite de Lobos é um filme com ótimos momentos na maior parte do tempo. Saulnier tem um trabalho exímio na construção de um crescente estado de tensão na sua história repleta de violência gráfica, tornando interessante aos olhos do público acompanhar o desenrolar do teor mitológico que acaba cercando sua trama central. Quase que a totalidade da produção é marcada por acertos na costura desse ambiente de mistérios sombrios a serem desvendados, sobretudo quando o personagem de Alexander Skarsgard toma o centro da narrativa para si.
É uma pena que a produção acabe "escorregando" ao não dar conta de algumas promessas. Sobretudo por esquecer determinados pontos acertados previamente. O personagem de Jeffrey Wright, por exemplo, o professor especializado no comportamento dos lobos, acaba sendo completamente esquecido pelo roteiro depois que o soldado interpretado por Skarsgard entra em cena. Quando algo de fato acontece com o personagem de Wright, sua relevância é dissolvida diante de elementos bem mais interessantes, tornando o conflito com sua filha uma rasa incursão do projeto no drama familiar. Da mesma forma, o filme acaba perdendo a oportunidade de traçar melhores caminhos para o policial interpretado por James Badge Dale, que se revela interessante para a história, mas é descartado subitamente num terceiro ato que destoa do eficiente resultado de todo o restante do filme.
Hold the Dark, 2018. Dir.: Jeremy Saulnier. Roteiro: Macon Blair. Elenco: Jeffrey Wright, Alexander Skarsgard, James Badge Dale, Riley Keough, Michael Tayles, Beckam Crawford, Julian Black Antelope, Conor Boru, Issac Bird. Netflix, 125 min.
Assista ao trailer:
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