Basta alguns minutos familiarizados com a trama e o universo fantástico de O Mistério do Relógio na Parede para compreender as razões que levaram a Universal a apostar em Eli Roth, de longas de terror repletos de sequências de violência explícita, como diretor do título mais "fora da curva" de toda a sua carreira. Nas mãos de Roth, o filme ganha elementos interessantíssimos e podemos até dizer que, graças à sua direção, O Mistério do Relógio na Parede capta algum tipo de interesse do público e possui alguma singularidade em meio aos exemplares do seu gênero. Com seu mais recente filme, Eli Roth é capaz de oferecer ao filme aquilo que ele tem de melhor, uma atmosfera de terror infantil.
Parecendo uma espécie de episódio estendido de Goosebumps, O Mistério do Relógio na Parede é na verdade uma adaptação do livro de John Bellairs e conta a história de um órfão que vai morar com seu tio Jonathan, na cidade de New Zebedee, no Michigan. Lá ele tem contato com a magia, descobrindo que seu tio e a sra. Zimmermann, sua vizinha, são poderosos feiticeiros. Quando numa travessura infantil o garoto traz à vida um outro mago, ele tem que contar com a ajuda dos dois antes que o feitiço traga sérias consequências a todos.
O que O Mistério do Relógio na Parede tem de singular é a maneira como Eli Roth manipula ferramentas do horror em prol da construção de um tom certeiro para o projeto, um filme sobre feiticeiros e criaturas assustadoras, inspirado no Halloween, mas que ainda assim consegue ser ingênuo e lúdico. Seria o tipo de projeto que nos anos 80 o diretor Tim Burton conduziria com muita perícia. Roth explora muito bem elementos como a casa que serve de principal cenário para as ações do trio central de personagens da história, bem como criaturas que surgem ao longo da narrativa, como uma poltrona que faz as vezes de cachorro, um grupo de abóboras raivosas e um grande leão feito com vegetação do jardim.
É uma pena que o filme careça de um estofo narrativo para sustentar recursos que Roth maneja tão bem. Falta mais substância à trama. Ela nunca consegue desenvolver a contento as promessas muito bem apresentadas na sua meia hora inicial. Assim, ao contrário do que os haters do realizador poderiam esperar, se há algo que faz a engrenagem de O Mistério do Relógio na Parede emperrar não é a condução de Roth, mas um roteiro que, se não chega a ser decepcionante, pelo menos não consegue tirar sua história de uma trivialidade da qual poderia facilmente escapar. Bom mesmo é acompanhar atores como Jack Black e, principalmente, Cate Blanchett se divertirem em cena com as possibilidades do gênero, além da revelação Owen Vaccaro, intérprete do jovem protagonista do longa.
É uma pena que o filme careça de um estofo narrativo para sustentar recursos que Roth maneja tão bem. Falta mais substância à trama. Ela nunca consegue desenvolver a contento as promessas muito bem apresentadas na sua meia hora inicial. Assim, ao contrário do que os haters do realizador poderiam esperar, se há algo que faz a engrenagem de O Mistério do Relógio na Parede emperrar não é a condução de Roth, mas um roteiro que, se não chega a ser decepcionante, pelo menos não consegue tirar sua história de uma trivialidade da qual poderia facilmente escapar. Bom mesmo é acompanhar atores como Jack Black e, principalmente, Cate Blanchett se divertirem em cena com as possibilidades do gênero, além da revelação Owen Vaccaro, intérprete do jovem protagonista do longa.
The House with a Clock in its Walls, 2018. Dir.: Eli Roth. Roteiro: Eric Kripke. Elenco: Owen Vaccaro, Jack Black, Cate Blanchett, Kyle MacLachlan, Sunny Suljic, Colleen Camp, Lorenza Izzo, Renée Elise Goldsberry, Perla Middleton, Braxton Bjerken. Universal, 104 min.
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