É tanto prêmio que é comum nos sentirmos um pouco perdido no meio de todas essas premiações. O Globo de Ouro é a primeira cerimônia do an , portanto cercada de holofotes e talvez uma das poucas que não sofrem a influência do resultado das demais, ainda que, inevitavelmente, os vencedores das votações acabem sendo uma resposta para aquilo que o seu grupo de votantes aposta como resultado do Oscar, por exemplo, ou acredita que seja um resultado respaldado por seus pares e pelos olhos públicos.
Conhecido por anos como uma prévia do Oscar, o Globo de Ouro tem um quadro de votantes completamente diferente da Academia de Hollywood.
Quem vota no Globo de Ouro
Os membros da Hollywood Foreign Press (HFPA) não são majoritariamente profissionais da indústria como no Oscar, onde diretores, atores e diretores de fotografia votam nos seus pares. A HFPA é composta de correspondentes estrangeiros que trabalham em Hollywood em meios de comunicação como jornais, revistas e sites. Também não são críticos de cinema, ou melhor, alguns são, mas a maioria apenas cobre a área de entretenimento para meios estrangeiros lá de Los Angeles (e isso na concepção mais ampla que a palavra abarca, desde sites que fazem a cobertura dos grandes lançamentos da indústria do cinema até veículos que cobrem a vida de celebridades).
O quadro de votantes do Globo de Ouro também é sensivelmente reduzido se comparado a outras premiações. Cerca de 90 pessoas votam no prêmio.
Por todas as características do seu quadro de votantes, o Globo de Ouro muitas vezes é acusado de ceder com muito mais facilidade aos "mimos" dos estúdios e aos apelos dos nomes de grandes astros da indústria nos créditos de uma produção. Ficou notório, por exemplo, o caso da atriz Sharon Stone, indicada ao prêmio em 2000 por A Musa, de Albert Brooks. Meses depois descobriu-se que os responsáveis pela campanha do filme presentearam os votantes do Globo com presentes muito caros, incluindo jóias. E mesmo sem ser abordados diretamente, os membros da HFPA são conhecidos por gostar de paparicar celebridades em seu red carpet.
No entanto, é preciso ter certa parcimônia com tal situação, afinal, tem muita gente séria na HFPA e a postura de alguns dos seus membros não pode ser vinculada ao grupo como um todo. Há profissionais que fazem escolhas espontâneas e justas, como em toda premiação, mas o fato de existir uma certa indeterminação nesse "correspondentes estrangeiros em Hollywood", abrangendo votantes que muitas vezes não se importam muito com a qualidade das obras no cinema e na TV sempre abre brechas para indicações e premiações, no mínimo, duvidosas.
Votações e categorias
Quando o Globo de Ouro acontece costuma ser o momento em que os membros da Academia estão preenchendo suas cédulas do Oscar. Portanto a máxima influência que o prêmio tem no Oscar é dar visibilidade a filmes e atores num momento crucial da votação da Academia, servindo como uma mídia espontânea de certos trabalhos que até então não estavam tão em alta nas bolsas de apostas ou repercutindo com tanta intensidade nos meios de comunicação.
Até 1956, o Globo de Ouro era uma premiação limitada à indústria cinematográfica, hoje o quadro de indicações expandiu e as premiações para a televisão ganharam tanto destaque quanto as de cinema, ainda que seu resultado interfira bem menos no Emmy, que tem por tradição acontecer em setembro e com um quadro de possíveis nomeáveis bem diferente. Isso acontece porque o calendário televisivo da premiação engloba produções que são exibidas após setembro, obras que só entram como eventuais candidatos ao Emmy no ano seguinte.
Diferente dos prêmios da Academia, o Globo não possui apenas indicados do cinema, mas também da televisão, e costuma dividir seus nomeados entre dramas e comédias/musical. Esta separação é herança da época de ouro dos musicais, na qual existia uma profusão de produções do gênero e havia uma preocupação de reconhecer esse tipo de produção da indústria que, invariavelmente, não conseguia fazer frente aos dramas pelo estigma (que existe até hoje) de serem obras mais escapistas e, por "lógica", menos relevantes.
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