Festival de cinema europeu é cenário para a apreciação em primeira mão da nata da recente produção cinematográfica, mas também um desfile de estrelas que já estão habituadas com todo o rendez-vous desses eventos. Três das maiores atrizes europeias em atividade deram as caras pela 74ª edição do Festival de Veneza com suas mais recentes produções: Judi Dench, em Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha; Helen Mirren, de The Leisure Seeker; e Isabelle Huppert, que protagoniza Marvin. Infelizmente, apesar dos elogios usuais às performances das atrizes, os três filmes foram recebidos com reservas pela crítica.
Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha é o mais recente longa dirigido por Stephen Frears, de A Rainha e Florence: Quem é essa Mulher?, que rendeu a Meryl Streep mais uma indicação ao Oscar no ano passado. No longa, Dench interpreta mais uma rainha da Inglaterra, a Rainha Victoria. Na trama, acompanhamos a monarca na relação de amizade que passa a estabelecer com um criado indiano chamado Abdul. Leia abaixo o que foi escrito sobre o longa no festival:
Não tem muito o que ser dito sobre Victoria e Abdul. Como palco para Judi Dench, serve ao seu propósito. Fora isso, é mais um produto desse fetichismo que as pessoas têm pelo palácio Buckingham. Alonso Duralde, The Wrap
Adivinhe quem vem para Jantar servido com chutney de manga. Owen Gleiberman, Variety
O relato de uma senhora solitária que encontra alegria e leveza nos últimos anos da sua vida. David Rooney, The Hollywood Reporter
Não espere um revisionismo histórico desta afável produção anacrônica. Jonathan Romney, Screen International
Que filme estranhamente conservador: uma reverência preguiçosa a uma rainha e seu fiel empregado indiano. Xan Brooks, The Guardian
O filme leve e carismático de Stephen Frears não vai mudar a história do cinema, mas é o tipo de produção agradável que ganha prêmios e encanta facilmente públicos de todas as idades. Rodrigo Perez, The Playlist
Victoria e Abdul tem estreia prevista para o dia 16 de novembro de 2017 no Brasil.
Assista a um trailer do filme:
Já The Leisure Seeker tem a sua frente o diretor italiano Paolo Virzi, de Capital Humano e A Primeira Coisa Bela, e não apenas Helen Mirren como grande estrela do seu elenco, mas também Donald Sutherland. No longa, os atores interpretam um casal de idosos que decidem realizar uma última viagem pelo país. Ao que tudo indica, o filme parece trazer à tona a temática do Alzheimer. Leia o que tem sido comentado a respeito do filme em Veneza:
O filme parece disposto a servir a seus propósitos apenas na sua metade. Glenn Kenny, RogerEbert.com
Nem dois atores talentosos como Helen Mirren e Donald Sutherland podem salvar este terrível e previsível road movie sobre Alzheimer. Jay Weissberg, Variety
Um road movie como esse deveria, ao menos, oferecer algum nível de observação, mas aqui a visão é escassa e a ressonância emocional é fraca. Deborah Young, The Hollywood Reporter
Cheio de clichês e paralisado pela sua suavidade, potencializa seus problemas quando usa o Alzheimer como conveniência narrativa. Fionnuala Halligan, Screen International
The Leisure Seeker ainda não tem data de estreia definida no Brasil.
Assista a uma cena do filme:
Marvin, por sua vez, é uma produção de "grife" com a assinatura da realizadora francesa Anne Fontaine, que dirigiu Agnus Dei e Coco Antes de Chanel. Além de Isabelle Huppert, o elenco conta com a presença do jovem Finnegan Oldfield (de Os Cowboys), cuja interpretação, por sinal, ofuscou a da estrela francesa.
O longa é uma adaptação do romance autobiográfico do escritor Edward Louis, como o filho de uma família pobre que sofria com a homofobia. Diferente dos títulos anteriores, Marvin não recebeu reações negativas em sua totalidade, confira o que foi escrito sobre o longa:
O longa é uma adaptação do romance autobiográfico do escritor Edward Louis, como o filho de uma família pobre que sofria com a homofobia. Diferente dos títulos anteriores, Marvin não recebeu reações negativas em sua totalidade, confira o que foi escrito sobre o longa:
Um desequilibrado, mas afetuoso estudo sobre a afirmação da homossexualidade que serve ao drama em diversos sentidos. Instável, mas recompensador. Guy Lodge, Variety
O resultado mistura momentos emocionalmente pungentes com outros completamente desconfortantes. É um pouco longo e exagerado, embora tenha como vantagem a presença da estrela internacional em ascensão Finnegan Oldfield. Jordan Mintzer, The Hollywood Reporter
Anne Fontaine retorna com uma trama baseada em eventos reais, mas marcada pela implausibilidade, que ainda conta com um ótimo desempenho de Finnegan Oldfield. Um amontoado de clichês que ficam palatáveis e tocantes por um ótimo elenco. Lisa Nesselson, Screen DailyNão há previsão de estreia, nem há trailer ou cena do filme disponível.
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