O melhor e o pior das 7 temporadas de 'American Horror Story'


Um dos maiores sucessos da TV americana, American Horror Story tem uma fanbase volumosa. A antologia de horror criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk consegue prender e cativar  espectadores por inúmeras características, como os componentes viciantes de suas tramas e um elenco classe A à frente de bons personagens. A série, no entanto, sempre foi um programa controverso, deixando o público lá e cá com as decisões tomadas por seus roteiristas em praticamente todas as suas temporadas. 

Aproveitando a chegada do oitavo ano do show com American Horror Story: Apocalypse, que estreia dia 12 de setembro, listamos aquilo que de melhor e pior existiu em cada uma das temporadas da série. Antes de mais nada, adianto que é uma postagem para iniciados na série, portanto se não assistiu e não deseja saber alguns dos principais segredos das temporadas, não prossiga. CONTÉM SPOILERS!!!!


Murder House (2011) - 1ª Temporada

O melhor: O humor
Uma das qualidades da temporada inaugural de American Horror Story é a maneira como roteiristas e diretores trataram os eventos na casa da família Harmon, que entre o creepy e o trágico sempre foram dosados por uma certa comicidade, sobretudo em relação ao convívio entre mortos e vivos na mansão. 

O pior: A sensação de adiamento do fim
Lá pelo décimo episódio de Murder House, a sensação que se abateu sobre a temporada é que ela repetia as "barrigadas" de muitas séries, que, diante da necessidade de cumprir uma pré-definição de X episódios por ano para a emissora, acaba adiando o desfecho da narrativa e socando um número interminável de eventos pouco produtivos para a trama nuclear. 


Asylum (2012) - 2ª Temporada

O melhor: O contexto
Como primeira temporada ambientada no passado, Asylum trouxe fatos históricos que se adequaram à narrativa e se mostraram relevantes na construção dos seus personagens. Com uma trama passada no sanatório Briarcliff pós-Segunda Guerra, a temática da eugenia vem à tona com os experimentos macabros do Dr. Arthur Arden, interpretado por James Cromwell. Os absurdos tratamentos de cura da homossexualidade também tiveram seu momento.

O pior: Praticamente tudo é impecável nesse ano
A percepção que tenho é que sempre teremos Asylum como uma espécie de parâmetro qualitativo para American Horror Story, já que estamos sempre comparando as demais com a segunda temporada do programa tamanho o acerto de Murphy e Falchuk no segundo ano. 


Coven (2013) - 3ª Temporada

O melhor: O elenco de divas do horror
Após dois anos de programa, os fãs da série são surpreendidos com a notícia de que em Coven se teria as atrizes Kathy Bates e Angela Bassett. Ambas tinham tudo para formar um trio imbatível com Jessica Lange. Se juntariam ao trio, rostos conhecidos da série como Sarah Paulson, Evan Peters, Taissa Farmiga, Lily Rabe, Frances Conroy e Denis O'Hare, com outros recém chegados, como Emma Roberts, Gabourey Sidibe e Danny Huston. 

O pior: O desperdício da temática (e do próprio elenco)
Coven era a temporada que tinha uma das temáticas mais interessantes já propostas por Murphy e Falchuk. Trazia a possibilidade de explorar com humor seus temas como na primeira temporada, trouxe personagens femininas dominantes, tratou de bruxaria e a contextualizou na história de Nova Orleans... Porém, de que adianta tudo isso se parte das personagens ficaram na promessa e em dado momento da história os roteiristas pareciam perdidos, sem saber o que fazer com suas criações? Bates e Bassett nada fizeram. O mesmo podemos dizer de Lily Rabe, que brilhou nas duas temporadas anteriores e aqui sofreu com o deslocamento da sua Misty Day na própria trama. Ainda tivemos Evan Peters que penou para tornar sua versão zumbi Frankenstein shakesperiana minimamente relevante na segunda metade da temporada. Ao menos o desfecho atenuou algumas más impressões com um encaminhamento digno para a personagem de Sarah Paulson, a suprema Cordelia Foxx. 


Freak Show (2014) - 4ª Temporada

O melhor: O olhar afetuoso para seus personagens
Em Murder House, Tate Langdon, papel de Evan Peters, diz algo que sintetiza uma ideia trabalhada por Murphy e Falchuk ao longo de todas as temporadas de American Horror Story: "Pessoas normais  assustam". Através dela entendemos que, na maior parte dos eventos da série, os personagens que potencialmente oferecem o horror, os freaks, não são aqueles que devemos temer. A temporada que melhor desenvolveu essa ideia foi Freak Show porque, além dos eventos apavorantes que contempla, há um olhar extremamente doce para o drama de seus personagens. Difícil não se comover com a história de Elsa Mars, personagem de Jessica Lange, ainda que, curiosamente, a mesma seja capaz de atos condenáveis, ou ainda com o delicado episódio Orphan que nos conta a origem de Pepper, personagem que conhecemos desde Asylum e que aqui retorna estabelecendo algumas das primeiras conexões entre temporadas na antologia. 

O pior: A sensação de adiamento do fim e o subaproveitamento de alguns atores
Assim como Murder House, chega um dado ponto de Freak Show que a série nos passa a sensação de estarmos sendo enrolados por pura obrigação de compor 13 episódios. Do outro lado, as atrizes Kathy Bates e Angela Bassett seguem merecendo mais momentos do que a própria série oferece. Ainda assim, é um dos melhores anos do show, junto com Asylum e (gosto pessoal) Hotel

Temos uma crítica de American Horror Story: Freak Show no blog. Leia aqui


Hotel (2015) - 5ª Temporada

O melhor: O formato "mosaico"
Muita gente não gosta, mas, particularmente, é por se apresentar como uma história multitramas que Hotel é uma das melhores temporadas do programa. O caráter disperso da temporada é fruto da sua própria proposta, oferecer um número variado de histórias e núcleos que, eventualmente, se cruzam, mas que mantém uma existência e autonomia própria. É como se estivéssemos assistindo a um Short Cuts, do Robert Altman, ou a um Magnólia, de Paul Thomas Anderson, em formato de série de horror ambientada no Hotel Cortez. Além disso, tem alguns dos melhores personagens de toda a série, parte deles inspirados em figuras que de fato existiram. Fora tudo que já dissemos, Hotel é a estreia de Lady Gaga, que dá conta do recado como a poderosa e dúbia vampira Condessa. 

O pior: Seu final
Ainda que proporcione ótimos momentos, Hotel tem um final que não condiz com o potencial da própria temporada. Tudo parece amarrado com pressa e os roteiristas não exibem muito esforço para encerrar algumas de suas histórias, como a da própria Condessa vivida por Lady Gaga e Sally, a junkie interpretada por Sarah Paulson. 


Roanoke (2016) - 6ª Temporada

O melhor: O conceito metalinguístico
Roanoke quis tratar da cultura da celebridade em nossos tempos abordando variados formatos de produções audiovisuais calcadas em "relatos de eventos reais". Tivemos a dramatização, o reality show, os programas de ghosthunters... Tudo sobre o tema da série e o que aconteceria em cada um dos seus capítulos foi mantido sob o mais absoluto sigilo, algo que, do ponto de vista espectatorial, de fato funcionou e rendeu uma experiência interessante para quem acompanhou a temporada em "tempo real". 

O pior: A falta de carisma 
Murphy e Falchuk extraíram, propositalmente, todos os componentes que tornavam American Horror Story um fenômeno pop. Roanoke era um ponto fora da curva, parecia outro programa. Se por um lado esse filtro foi coerente com a proposta da temporada e demonstrava ousada ruptura com as marcas do programa, por outro, fazia de Roanoke uma temporada nada memorável. É dífícil lembrar de um momento ou personagem marcante do sexto ano de American Horror Story.


Cult (2017) - 7ª Temporada

O melhor: Evan Peters

Se teve um componente de American Horror Story: Cult que saiu ileso dos descaminhos da própria temporada foi a interpretação de Evan Peters como Kai Anderson, líder do culto que dá título ao show. Peters teve um dos trabalhos mais desafiadores da sua carreira e para o público foi interessante acompanhar a cada episódio as nuances dessa personagem. Há uma promessa de retrato da era Trump que rende bons momentos no início, com episódios marcantes como 11/9 mas que, infelizmente não é muito bem aproveitada no restante da temporada. 

O pior: Sua heroína

Como acontece em alguns anos da série, Cult é repleta de personagens que parecem bons no papel, mas, conforme a temporada avança, eles acabam não rendendo aquilo que se esperava deles. No caso, a heroína Ally interpretada por Sarah Paulson inicia o show com elementos interessantes a serem explorados, como sua fobia por palhaços. A maneira como a personagem supera seus medos é súbita e o público sequer consegue ter como palpável tal transformação. Algo semelhante pode ser dito de outras figuras que surgem ao longo do ano e que, a princípio, parecem personagens ricas e propensas a render bons arcos, mas acabam diluídas ao longo da história, entre elas a repórter Beverly Hope de Adina Porter e Winter Anderson, a irmã do personagem de Peters, vivida por Billie Lourd. 


ATUALIZAÇÃO 08/09/2018

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Chovendo Sapos: O melhor e o pior das 7 temporadas de 'American Horror Story'
O melhor e o pior das 7 temporadas de 'American Horror Story'
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