Os piores filmes de 2016



#10. A Série Divergente: Convergente |  Dir.: Robert Schwentke

Não tem nada pior para fãs de uma franquia cinematográfica vinda da literatura, e que envolve tanto investimento (financeiro, afetivo e de tempo do seu elenco e equipe), do que ver tudo ir pelo ralo graças a inconsistência do próprio produto audiovisual. O que nunca foi bom desde os idos de 2014 com o lançamento de Divergente foi piorando gradualmente até chegarmos a A Série Divergente: Convergente. Com uma narrativa que anda em círculos e parece não ter um ponto de chegada concreto, Convergente é o resultado da saturação criativa do próprio produto. Como a franquia não terá mais o seu último capítulo, ao menos no cinema, fica um desfecho melancólico e constrangedor para todos os envolvidos. 


# 09. O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino |  Dir.: Woo-Ping Yuen

O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino é uma continuação tardia de um dos longas mais cultuados da carreira de Ang Lee, O Tigre e o Dragão. O filme é uma produção original da Netflix e chegou por aqui pelo canal de streaming. Apesar de dar continuidade a história de 2000, o filme de Woo-Ping Yuen parece não compreender bem o que tornara aquele filme tão peculiar, cativando até mesmo a Academia de Hollywood. A mistura entre artes marciais e o lirismo oriental abrem espaço para um número infindável de lutas tolas, as paisagens naturais são substituídas por efeitos especiais mal feitos em cenários de CGI. Não valeu muito a pena esperar tanto tempo. 


# 08. Deuses do Egito |  Dir.: Alex Proyas

Deuses do Egito é um mixed feelings. A cafonice berra no longa de Alex Proyas sobre a mitologia egípcia. Dos diálogos constrangedores aos figurinos e direção de arte espalhafatosas, o longa parece um desfile de escola de samba desarmonioso. À semelhança de anos anteriores que trouxemos na mesma lista desastres como Gamer e Invasão à Casa Branca, esse filme é protagonizado por Gerard Butler, que parece não estar encontrando um rumo adequado para sua carreira desde que fora descoberto em 300. Ao menos, da lista, é um dos títulos que dá para se divertir com os absurdos que passam na tela, principalmente quando entram em cenas as divindades egípcias na versão criaturas robôs metalizadas. 


# 07. Roteiro de Casamento |  Dir.: Juan Taratuto

Vivemos reclamando das comédias brasileiras produzidas pela Globo Filmes e costumamos enaltecer qualquer produção argentina apenas pela sua origem. Roteiro de Casamento está aí para quebrar esses estigmas. Os hermanos podem fazer algo tão (ou mais) constrangedor do que qualquer exemplar brasileiro ambientado nos bairros de classe média do Rio de Janeiro. Por ironia do destino, um filme que fala sobre o universo raso das celebridades e que leva no seu título brasileiro a palavra "roteiro" tem problemas severos no desenvolvimento da sua trama. Da canastrice do protagonista Adrián Suar, que, inclusive não deixa a sua parceira de cena atuar, a decisões atabalhoadas como uma súbita cegueira psicológica na história, o longa argentino é bobo e aborrecido. 


# 06. Clown  |  Dir.: Jon Watts

Diretor do próximo Homem-Aranha, Jon Watts fez uma das fitas de terror mais esquisitas do ano. O longa não chegou aos cinemas por aqui, foi lançado diretamente pelo Netflix, e aborda um universo extremamente fértil ao gênero, a mitologia por trás dos palhaços de circo. Com um tom excessivamente sombrio e sério, Watts esquece de trazer para o seu longa o humor, um elemento importante nesse caso específico. O resultado é que o espectador tem contato com uma obra que nem mesmo o seu diretor teve prazer em realizar. Como nós espectadores teremos prazer em assistí-la? 


# 05. Cavaleiro de Copas |  Dir.: Terrence Malick

Vamos tirar nossos deuses do pedestal? Grandes diretores erram, e erram feio. Terrence Malick vem fazendo o mesmo tipo de filme desde A Árvore da Vida e não tem razão para deixar isso passar batido. Cavaleiro de Copas foi lançado pela Netflix por aqui e, como de praxe na carreira do realizador, tem um elenco de peso: Christian Bale, Cate Blanchett, Natalie Portman, Antonio Banderas etc. As questões que pesam sua "história" são as mesmas de sempre, a principal delas é a crise existencial de um homem branco, americano e bem de vida. Podemos dizer que o longa evoca alguns temas interessantes como o vazio de uma vida marcada pelo excesso de ofertas, mas é "forçação de barra" já que Malick se escora em uma pretensa marca de autoria para realizar um ensaio aborrecido, preguiçoso e pretensioso. 


# 04. Boneco do Mal | Dir.: William Brent Bell

Nos últimos anos tivemos ótimos filmes de terror em cartaz (Corrente do MalInvocação do Mal etc.), mas também quando o gênero dá para errar... Boneco do Mal é constrangedoramente ineficiente na condução da cartela de efeitos que pretende provocar no espectador. Ancorado na figura de um boneco de porcelana amaldiçoado, o filme provoca alguns dos momentos de humor involuntário mais marcantes de 2016, todos eles envolvem a coitada da Lauren Cohan (da série The Walking Dead) correndo de um lado para o outro apavorada por um objeto que não causa absolutamente nenhum tipo de emoção no espectador. 


# 03. Independence Day: O Ressurgimento |  Dir.: Roland Emmerich

Vivemos um momento em que o cinema tem reciclado muitas franquias de sucesso nos anos 70, 80 e 90, mas talvez um dos blockbusters mais famosos da história do cinema que não precisariam ser revividos era Independence Day. Fora seus marcos técnicos e de bilheteria na sua época de estreia, o longa envelheceu mal. Esta nova versão evidencia a conexão afetiva artificial (ou ausente) que temos com aquele filme. Roland Emmerich não tem o menor apreço por seus personagens veteranos, descartando-os gratuitamente (o caso da Vivica A. Fox), traz rostos novos que não dizem a que veio (Liam Hemsworth, por exemplo), tem uma leitura equivocada sobre o lugar da mulher na sociedade atual e reduz seu departamento técnico a uma série de recursos visuais megalomaníacos e genéricos. Poderíamos ter passado 2016 sem isso. 


# 02. Ben-Hur  |  Dir.: Timur Bekmambetov

Ben-Hur honra a tradição dos remakes vergonhosos. Timur Bekmambetov (de O Procurado, Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros e Guardiões da Noite), que já não acerta muito, convenhamos, faz um épico que não tem 1/10 do impacto do clássico de William Wyler de 1959. Para começar, se colocar nesse lugar já é um risco muito grande, as comparações são inevitáveis. E elas vieram. O protagonista da nova versão Jack Huston está longe de ter a mesma presença de Charlton Heston, tudo é muito corrido e artificial e a nova versão não justifica sua realização em momento algum com qualquer tipo de revisão sobre personagens e fatos narrados. 


# 01. Truque de Mestre: O 2º Ato |  Dir.: Jon M. Chu

Eis um filme difícil de acompanhar no cinema: Truque de Mestre: O 2º Ato. Truque de Mestre de 2013 não era uma grande obra, mas se apresentava como um entretenimento eficiente na medida do possível. Truque de Mestre: O 2º Ato beira o insuportável com suas necessidades gratuitas de autoexplicação, personagens desperdiçados e Morgan Freeman fazendo o papel que lhe coube no cinema em 2016 (ele também está em Ben-Hur!!!), ser simplesmente Morgan Freeman. Da compulsão por reviravoltas, como se isso representasse sinal de inteligência do roteiro, à trama banal e que se prolonga excessivamente na tela, foi um desafio acompanhar esse filme no cinema.  

*Somente filmes vistos e lançados comercialmente no Brasil em 2016 (cinema, homevideo e streamings) 

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Chovendo Sapos: Os piores filmes de 2016
Os piores filmes de 2016
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