Horizonte Profundo: Desastre no Golfo traz uma trama baseada em eventos reais que narra um dos mais graves vazamentos de petróleo que já se teve notícia, ocorrido em uma plataforma de perfuração no Golfo do México chamada Deepwater Horizon, que, inclusive, dá o título original do filme. O longa de Peter Berg, dos irregulares Hancock, O Reino e Bem-Vindo à Selva, opera basicamente através das sua oscilação pelas chaves do "filme catástrofe" e do "filme baseado em eventos reais". Ocorre que, no lugar de proporcionar algo diferente do que já fora feito em termos de construção de histórias do gênero, Berg e os roteiristas Matthew Michael Carnahan e Matthew Sand se pautam por uma cartilha manjada. Os realizadores optam por caminhos desgastados na abordagem desse tipo de história, fazendo com que Horizonte Profundo não consiga gerar nenhum nível de empatia com a plateia, ainda que haja um aparente verniz de preocupações humanistas.
Há um amontoado de obviedades na escalação do seu elenco principal: John Malkovich (RED - Aposentados e Perigosos) interpreta o vilão ganancioso da história, Kurt Russell (Os Oito Odiados) o veterano cheio de integridade moral, Mark Wahlberg (Pai em Dose Dupla) o herói galã e Kate Hudson (Nine) é a esposa que não tem função alguma na trama, a não ser a de ficar em casa sofrendo com os filhos pelo drama do seu marido e à espera de notícias suas. Além de serem tipos bem conhecidos e já vistos em outras histórias exercendo funções parecidas, todas estas personagens são costuradas de maneira superficial. Reduzidas ao evento trágico que vivenciam, nenhuma delas parece de carne e osso. Isso faz com que o espectador fique completamente indiferente ao drama humano, algo que Berg parece teoricamente sublinhar no filme.
Ainda que, tecnicamente, Berg dê conta de um desastre de dimensões amplas e Horizonte Profundo seja correto no compasso que dá à gradativa tensão da sua ação, ao se escorar em antigos esquemas sem o menor vestígio da tentativa de conferir um certo viço aos mesmos, o longa apresenta um resultado insosso. Aliado ao usual tom protocolar que predomina nos filmes do realizador em questão, Horizonte Profundo explora sua trama real como se esse caráter pudesse blindá-lo de possíveis questionamentos a respeito da sua qualidade enquanto obra cinematográfica. Não consegue. O terrível acontecimento no Golfo do México e o impacto dele nas vidas daqueles que foram suas vítimas, segue digno de respeito. Contudo, essa dramatização dos eventos reais vem na forma de um filme com pouquíssimo impacto.
Ainda que, tecnicamente, Berg dê conta de um desastre de dimensões amplas e Horizonte Profundo seja correto no compasso que dá à gradativa tensão da sua ação, ao se escorar em antigos esquemas sem o menor vestígio da tentativa de conferir um certo viço aos mesmos, o longa apresenta um resultado insosso. Aliado ao usual tom protocolar que predomina nos filmes do realizador em questão, Horizonte Profundo explora sua trama real como se esse caráter pudesse blindá-lo de possíveis questionamentos a respeito da sua qualidade enquanto obra cinematográfica. Não consegue. O terrível acontecimento no Golfo do México e o impacto dele nas vidas daqueles que foram suas vítimas, segue digno de respeito. Contudo, essa dramatização dos eventos reais vem na forma de um filme com pouquíssimo impacto.
Deepwater Horizon, 2016. Dir.: Peter Berg. Roteiro: Matthew Michael Carnahan e Matthew Sand. Elenco: Mark Wahlberg, John Malkovich, Kurt Russell, Kate Hudson, Gina Rodriguez, Douglas M. Griffin, Brad Leland, David Maldonado, J.D. Evermore, Ethan Suplee. Paris Filmes, 107 min.
Assista ao trailer do filme:
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