Calcado na lógica do jogo de "gato e rato" entre o assassino mascarado, sádico e stalker e da sua vítima, uma garota indefesa, Hush: A Morte Ouve se apresenta como um slasher movie na tradição de títulos como Halloween . A protagonista interpretada por Kate Siegel é Maddie, uma escritora surda e muda que se isola em uma casa de campo para escrever o seu próximo livro. Lá, o seu único contato é com a vizinha Sarah, que, esporadicamente, surge na sua porta para conversar ou compartilhar alguma refeição. Durante uma noite de trabalho, Maddie é surpreendida por um homem mascarado e muito perigoso. Com Maddie trancada na sua própria casa, o psicopata é frio o suficiente para desafiá-la: o serial killer a fará ficar tão apavorada entre quatro paredes que chegará um momento em que ela pedirá para que ele a mate.
O diretor Mike Flanagan, que também é roteirista do título ao lado da atriz Kate Siegel, consegue criar um suspense muito eficiente, utilizando bem elementos e artifícios em prol da sua história, como os sons e a ausência do som (sobretudo para dimensionar para o espectador a perspectiva da protagonista sobre os eventos), sombras, pouca iluminação e, claro, recursos tecnológicos como o facetime, além de aparelhos da personagem como o notebook e o celular. Curiosamente, Flanagan esteve nos cinemas este ano com O Sono da Morte, um filme cujo resultado é levemente inferior àquele percebido em Hush, ainda que, sublinhamos, sejam propostas completamente diferentes. Com mais objetividade e menos pretensão, Flanagan conseguiu realizar um título que capta melhor a atenção do espectador do início ao fim e ainda é coerente e certeiro com os propósitos visados, ainda que tenha sentido falta de um tratamento um pouquinho mais apurado na construção do assassino vivido por John Gallagher Jr.
Hush, 2016. Dir.: Mike Flanagan. Roteiro: Mike Flanagan e Kate Siegel. Elenco: Kate Siegel, John Gallagher Jr., Samantha Sloyan, Michael Trucco, Emma Graves. Netflix, 81 min.
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