Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, Cinco Graças conta a história de cinco irmãs que vivem em um vilarejo turco e começam a gerar comentários entre os seus vizinhos quando são vistas na praia tomando banho de mar com alguns meninos. A partir de então, elas são presas dentro da própria casa e alguns arranjos matrimoniais começam a ser feitos envolvendo as irmãs mais velhas do grupo. De maneira simples e sensível, a diretora turca Deniz Gamze Ergüven discute questões importantes sobre o feminino inseridas no conflito entre a tradição cultural e as demandas sociais contemporâneas. Sem maiores panfletagens ou desnecessárias ênfases narrativas, Ergüven consegue construir com muita naturalidade e fluidez para o espectador um cenário palpável a respeito das suas personagens e das suas condições de vida trazendo para o público um filme contundente que não precisa valer-se de pontos de vista duros e autoritários sobre suas questões. Claro que ao tomar como perspectiva da sua história o olhar dessas cinco garotas, a diretora consegue tratar com suavidade temas tão sérios e dramáticos quanto os que sua trama escancara, mas a própria costura da história realizada pela cineasta é fundamental para tornar a experiência de assistir Cinco Graças bastante recompensadora, já que ela prima pela sensibilidade.
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