Como é tradição no blog, eis os piores filmes lançados nos cinemas brasileiros em 2015. Um adendo, a seleção foi feita a partir dos títulos vistos por mim ao longo do ano e não pela totalidade de longas lançados no circuito brasileiro. Portanto, não estranhem se alguma "bomba" não for mencionada na lista, afinal muitas delas foram evitadas pois o tempo anda cada vez mais curto e a paciência, às vezes, também, não é verdade?
# 10. Peter Pan
Com o intuito de contar as origens de Peter Pan e Gancho, Peter Pan nos traz um diretor inventivo como Joe Wright, de maravilhas como Desejo e Reparação e Anna Karenina, completamente anulado em uma trama que perde o fio da meada e aposta na aventura descartável. Com um elenco talentoso completamente desperdiçado composto por Hugh Jackman, Rooney Mara e Garrett Hedlund, ficou ainda mais difícil engolir Peter Pan.
# 09. Victor Frankenstein
Com tropeços bem parecidos com os de Peter Pan, Victor Frankenstein pretende (ou pretendia, no papel) contar os acontecimentos da criação do monstro do Dr. Frankenstein pelo ponto de vista do seu ajudante, o corcunda Igor. Em dado momento, o filme opta por uma adaptação convencional pouco fiel ao espírito e às reflexões do livro de Mary Shelley e ainda traz a atuação mais canastrona da carreira de James McAvoy como Victor Frankenstein.
# 08. Promessas de Guerra
Ano de astros na direção de longas de ficção, em 2015, nem Angelina Jolie, nem Russell Crowe se salvaram. Primeiro vamos a Russell Crowe. O australiano nos entregou esta história aborrecida sobre um pai tentando juntar os cacos da sua família que escorrega na emoção fácil ao se render a uma trama romântica com uma linda, mas decorativa Olga Kurylenko. O filme tem belíssimas sequências, mas só isso.
# 07. Invencível
Com resultado semelhante, porém um pouquinho mais problemático, Invencível de Angelina Jolie nem parece ser um filme da Jolie. Quadradão ao extremo, Invencível ainda cai no equívoco de reverenciar excessivamente o seu biografado, Louis Zamperini. A diretora realiza até mesmo metáforas bíblicas no seu segundo longa-metragem.
# 06 . À Beira Mar
E a coisa não anda fácil para a sra. Jolie-Pitt, pois pior do que o seu épico sobre Louis Zamperini é esta aborrecida tentativa da diretora fazer o seu filme de arte, uma espécie de arremedo do De Olhos bem Fechados de Stanley Kuvrick. Acumulando além da função de direção a de roteirista, Angelina Jolie estrela Á Beira Mar ao lado de Brad Pitt dez anos depois de Sr. e Sra. Smith, mas como a própria diretora fez questão de avisar desde o ano passado, esse novo filme do casal em nada lembrava o divertido filme de Doug Liman de 2005. À Beira Mar é pretensioso, tem uma narrativa frouxa e tem uma das conclusões mais estapafúrdias do ano.
#05. Bem Casados
Esta comédia romântica protagonizada por Alexandre Borges e Camila Morgado, dirigida por Aluízio Abranches, conseguiu ser pior do que muito título co-produzido pela Globo Filmes. Patrocinado por uma grande loja de departamentos brasileira, o longa constrange o espectador não apenas por sua trama sem graça, mas também por suas divulgações nada orgânicas de serviços da empresa.
#04. Ruth e Alex
Reunir Morgan Freeman e Diane Keaton em um mesmo filme é motivo fácil para fazer a alegria de qualquer cinéfilo, certo? Mais ou menos, pelo menos não se o filme em questão for tão fraco quanto Ruth e Alex. Ao contar uma história sobre um casal em conflito sobre a venda de um antigo apartamento, o diretor Richard Loncraine e o roteirista Charlie Peters contextualizam embaraçosamente a trama leve dos Carver com a paranóia pós-11 de setembro e o resultado é bem esquisito, com direito a uma conclusão atabalhoada e tudo.
# 03. 50 Tons de Cinza
As fãs de 50 Tons de Cinza só podem estar com um parafuso a menos ao eleger o protagonista dos livros de E.L. James como um modelo masculino. Não sei a obra literária, mas o filme é uma das coisas mais estranhas a chegar aos cinemas em 2015. Da entrevista de Anastasia com Christian Grey às cenas de sexo do tipo "muito barulho por nada", 50 Tons de Cinza apela para um discurso perigoso sobre o amor superando qualquer humilhação física e emocional.
# 02. Hitman - Agente 47
Tão enfadonho quanto o primeiro filme baseado no mesmo game, Hitman - Agente 47 cumpre muito bem a cota de filme de ação mais mecânico do ano. Repleto de chavões visuais do gênero, nem ao espetáculo o filme serve pois suas cenas de ação são mal conduzidas. É um daqueles casos em que o volume de dinheiro e de aparato técnico investido pelo estúdio resulta em catástrofe.
# 01. Terceira Pessoa
Roteirista de Menina de Ouro, de Clint Eastwood, e diretor e autor do roteiro de Crash - No Limite, filme que lhe valeu duas estatuetas do Oscar (melhor roteiro original e melhor filme), Paul Haggis era considerado um dos melhores da sua área em meados da década passada. Chega ser melancólico saber que o mesmo Haggis retorna depois de anos longe dos holofotes com um filme cujo principal problema é justamente o seu roteiro. O longa em questão é Terceira Pessoa, um típico filme mosaico com atores do calibre de Liam Neeson, Olivia Wilde, Adrien Brody, James Franco, Mila Kunis, Maria Bello, Kim Basinger, todos subaproveitados, cuja história parte do nada para ir ao lugar nenhum.
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