Bradley Cooper encarna Adam Jones, uma espécie de Gordon Ramsay, em Pegando Fogo novo filme de John Wells, que dois anos atrás dirigia Álbum de Família, com Meryl Streep e Julia Roberts. Apesar desse filme ter um elenco tão estelar quanto o filme de Wells de 2013 - pensem que além do protagonista, desfilam na tela Uma Thurman, Emma Thompson, Riccardo Scamarcio, Omar Sy, Alicia Vikander, Lily James -, todas as atenções são mesmo para Cooper e, pontualmente, para dois dos seus coadjuvantes mais destacáveis, Sienna Miller, interesse amoroso do protagonista no longa, e Daniel Brühl, maître do restaurante que Adam Jones começa a trabalhar. Pegando Fogo acompanha a vida do seu protagonista algum tempo depois da sua mais séria crise nervosa. Tentando recompor a sua vida e se livrar de algumas dívidas adquiridas com traficantes de drogas, Adam Jones retorna a Londres e passa a trabalhar em um restaurante comandado por um antigo amigo. Jones administra sua cozinha e chama um grupo de profissionais que o ajudarão a tornar o local um dos melhores restaurantes da cidade. Para isso, o chef buscará a sua terceira estrela Michelin, um dos títulos mais cobiçados no mundo da gastronomia. Não fosse o carisma dos seus atores principais, sobretudo Cooper, Miller e Brühl, Pegando Fogo tenderia ao fiasco, tamanha a banalidade de sua trama. O filme de Wells nunca consegue gerar dinâmicas espontâneas entre os seus personagens ou mesmo dimensionar a natureza intempestiva do seu protagonista. Tudo fica na superfície, até mesmo o romance principal não consegue oferecer o mínimo brilho à trama. Existe até mesmo uma mensagem motivacional e uma lição de vida ao fim da jornada de Adam Jones, mas tudo é muito superficial e, ao final da sessão, não ficará a menor lembrança sobre tudo aquilo que foi visto pelo espectador.
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