Ambientado no universo da música eletrônica, Música, Amigos e Festa parece ter como objetivo tratar sobre um dos principais conflitos da juventude: se posicionar como adulto no mundo e aliar nesse processo os sonhos e as demandas da realidade. É uma pena, contudo, que o longa de ficção de estreia de Max Joseph, conhecido por sua participação no reality show da MTV Catfish, se perca irreversivelmente em dado momento da trama e entregue uma resolução tão precariamente improvisada como a que oferece ao final da história. Música, Amigos e Festa tem como protagonista um aspirante a DJ que conhece um famoso e estabelecido profissional do ramo e vê nessa amizade a possibilidade da sua carreira decolar. Não espere do elenco do filme grandes interpretações. Entre a apatia da linda, porém inexpressiva, Emily Ratajkowski e o tom sempre morno de Wes Bentley, quem se sobressai é mesmo Zac Efron, que a despeito de não contar com uma composição de personagem muito inspiradora do roteiro do filme, consegue se sair muito bem durante boa parte da trama. O filme se beneficia por lampejos de criatividade narrativa de Max Joseph, cuja condução não chega a ser completamente original (e eu desafio vocês a encontrarem algo genuinamente original no mundo), mas apresenta inserções interessantes, como quando mescla o filme com animações ou com projeções de slides para ilustrar determinados trechos da narração do seu protagonista. Pena que, como já expliquei, sejam lampejos de criatividade porque quando o longa se entrega ao triângulo amoroso entre Efron, Bentley e Ratajkowski, a história perde o seu foco e esquece o seu próprio universo para se preocupar com desenlaces amorosos. Daí em diante, tudo é concluído de maneira atabalhoada por Joseph e Música, Amigos e Festa perde todo o seu charme.
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