Em seu terceiro longa-metragem como diretora (e agora roteirista também), Angelina Jolie esquece um pouco as questões políticas e os dramas épicos em grande escala para investigar a relação despedaçada de um casal juntos há 13 anos em À Beira Mar. Para contar essa história, ela e o seu marido fora das telas, Brad Pitt, encarnam Roland e Vanessa, um casal americanos em viagem pela França na década de 1970 no que parece ser uma jornada para que ambos redescubram a relação que fora profundamente afetada após um evento traumático na vida de ambos. No que parece ser o De Olhos bem Fechados do casal Jolie-Pitt (só esperamos que o destino não seja o mesmo de Nicole e Tom no derradeiro filme de Stanley Kubrick), À Beira Mar mistura voyeurismo e muita D.R. (discussões de relacionamento) com uma roupagem de "cinema de arte", como se toda a história do casal principal fosse dotada de uma profundidade que poucos alcançarão. Na verdade, o terceiro longa de Angelina Jolie soa mais como uma narrativa pretensiosa que parece querer dizer mais do que realmente consegue. Como roteirista, Jolie economiza nos diálogos e nos elementos que compõem o arco da sua história, oferecendo ao público um filme cujo tom predominante é o da monotonia do início ao fim. As feridas do relacionamento de Roland e Vanessa não são abertas em profundidade e quando tudo parece ser solucionado por um ato estapafúrdio da personagem de Jolie no terceiro ato da trama, as horas gastas pelo espectador em À Beira Mar parecem completamente desperdiçadas. Um belo ornamento, já que o novo filme da diretora não economiza nas tomadas que realiza em terras francesas, mas a nova empreitada do sr. e da sra. Jolie-Pitt não passa disso.
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