Queridinhos do circuito indie norte-americano por Frances Ha, o diretor Noah Baumbach (que já esteve nos cinemas brasileiros esse ano com Enquanto somos Jovens) e a atriz Greta Gerwig retornam ao circuito com Mistress America, filme que assim como o longa anterior da dupla também é roteirizado por ambos. O título é uma dramédia sobre duas jovens de gerações diferentes que tornam-se amigas quando os seus pais resolvem se casar. Tracy (Lola Kirke) é uma caloura de 18 anos que sonha em entrar para um clube de escritores da sua universidade. Já Brooke é uma jovem na faixa dos 27 e 30 anos que ainda não conseguiu se firmar profissionalmente e tem uma vida amorosa desastrosa. Ao promover o encontro das duas gerações, Gerwig e Baumbach deixam claro: estamos todos perdidos, indecisos e confusos, oscilando entre o desencanto com a proximidade da maturidade (Tracy) e o desespero diante do tempo, além da constatação de que hábitos e comportamentos da adolescência já não são compatíveis com a vida adulta (Brooke). Nem o roteiro e nem a direção de Mistress America deixam o pessimismo de suas ideias cair em um poço de melancolia, o filme apresenta um humor que compatibiliza diálogos inteligentes com momentos absurdamente non sense, oferecendo ainda uma dinâmica de cena bem interessante entre os seus personagens (toda a sequência na casa de um desafeto de Brooke, na qual todos os personagens estão reunidos, é prova disso). O longa ainda conta com o carisma delicioso de Gerwig, que firma-se como uma atriz inteligente e de timing cômico, acertadamente econômica em cena, e a revelação da interessante Lola Kirke.
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