Um Pouco de Caos traz para o público a história por trás da projeção dos jardins do Palácio de Versalhes na França. O Rei Luis XIV entrega o projeto para o arquiteto André Le Notre e ele contrata a paisagista Sabine de Barra, que tem um estilo oposto ao seu, para ajudá-lo na tarefa. Na carreira de Alan Rickman, Um Pouco de Caos é o segundo filme que tem uma direção com sua assinatura, o primeiro foi Momento de Afeto, protagonizado por Emma Thompson. Esta "pouca experiência" no departamento não prejudica o longa, pelo contrário, Rickman sabe ser delicado com a narrativa visual da sua história e utiliza muito bem os "silêncios" da história para sublinhar o trabalho do seu elenco, sobretudo sua protagonista Kate Winslet, que aqui está em sua zona de conforto, já que, como prova toda a sua filmografia, nasceu para viver esse tipo de personagem, e consegue imprimir na sua interpretação todas as camadas necessárias para que entendamos a sua Sabine de Barra. O grande problema do longa está no tratamento que ele dá ao romance entre André e Sabine. Trata-se de um aspecto fundamental da trama pois ele é importante para a personagem de Winslet sair do seu "casulo", mas ele é articulado com muita pompa e melodrama. O mote de Um Pouco de Caos me parece a inserção de Sabine na corte francesa da época e seu desabrochar para a vida, nesses momentos o filme traz uma perspectiva bem interessante da personagem e da história. É uma pena, no entanto, que o longa perca tanto tempo com o triângulo amoroso folhetinesco entre Sabine, André e a sua esposa adúltera.
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