Em alguns momentos - pouquíssimos, é bem verdade -, você vai encontrar o cineasta vibrante por trás de O Informante, Fogo contra Fogo e Colateral em Hacker. Este thriller cibernético (!!!) protagonizado por Chris Hemsworth é o ponto mais baixo da prolífica carreira de um dos realizadores mais interessantes dos EUA nas duas últimas décadas, Michael Mann. Hacker, o título original é Blackhat, traz a história de um hacker condenado a 15 anos de prisão após tentar um golpe contra algumas instituições bancárias. Ele é recrutado pela polícia americana para desvendar uma série de atentados planejados por terroristas digitais em troca da sua liberdade. A trama de Hacker é das mais banais e o filme segue em completo desinteresse até o seu desfecho. Parte da ação ocorre no universo cibernético e mesmo quando ela é transposta para o mundo real é acompanhada com muita indiferença pelo espectador já que nem mesmo a conhecida habilidade do diretor em conduzir sequências de ação pode ser vista em prática nesse filme. Adicione a isto um romance completamente dispensável entre o protagonista e a chinesa Tang Wei e o desastre está completo. A impressão que fica é que Michael Mann estava completamente desinteressado pelo seu próprio filme, preguiçoso. Nem mesmo um elenco encabeçado por um empenhado e eficiente Chris Hemsworth e que ainda nos brinda com a presença da sempre interessante Viola Davis, ainda que aqui não tenha absolutamente função alguma, servem para tirar Hacker do marasmo. A certeza que fica é que Michael Mann já teve dias melhores. Boa sorte na próxima!
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