Há anos na bancada do The Daily Show, o comediante Jon Stewart tinha um talento insuspeito: ele é um cineasta muito interessante. No ano passado, Stewart apresentou para o público o primeiro longa-metragem cuja direção e roteiro levam a sua assinatura. 118 Dias, ou no idioma de origem Rosewater, traz a história do jornalista iraniano Maziar Bahari, correspondente da revista Newsweek, que trabalha e vive em Londres com a sua namorada. Ele retorna ao seu país de origem para fazer a cobertura das eleições de 2009, um pleito que resultou na surpreendente vitória com folga de Mahmoud Ahmadinejah. O resultado foi questionado por diversos setores do país e muita gente foi às ruas, o que faz com que Maziar prolongasse ainda mais sua estadia por lá. Durante uma manifestação, o jornalista acaba sendo preso por representantes do governo iraniano. Eles insistiam em acusar Maziar de espionagem em virtude de uma entrevista dada por ele a uma emissora de televisão estrangeira.
Em 118 Dias, Stewart transita por um universo e um período da história mundial que parece ser a menina dos olhos de todo realizador liberal norte-americano. Ou seja, 118 Dias poderia ser um filme batido e adquirir um tom panfletário com muita facilidade. Stewart, no entanto, consegue oferecer um ponto de vista muito peculiar sobre toda a situação política iraniana, aliando-a aos dramas pessoais de Maziar, que revive toda a sua história de proximidade com o lado mais cruel de um governo castrador de liberdades através das experiências de seu pai e de sua irmã. Stewart tem um olhar muito interessante sobre a situação do Irã por não ter respostas ou conclusões prontas para todo o cenário. Mais interessante ainda é como ele consegue encontrar humor em meio a uma atmosfera tão tensa como a que o filme oferece. 118 Dias ainda tem o mérito de trazer uma das interpretações mais interessantes da carreira de Gael Garcia Bernal, excelente como Maziar Bahari.
Em 118 Dias, Stewart transita por um universo e um período da história mundial que parece ser a menina dos olhos de todo realizador liberal norte-americano. Ou seja, 118 Dias poderia ser um filme batido e adquirir um tom panfletário com muita facilidade. Stewart, no entanto, consegue oferecer um ponto de vista muito peculiar sobre toda a situação política iraniana, aliando-a aos dramas pessoais de Maziar, que revive toda a sua história de proximidade com o lado mais cruel de um governo castrador de liberdades através das experiências de seu pai e de sua irmã. Stewart tem um olhar muito interessante sobre a situação do Irã por não ter respostas ou conclusões prontas para todo o cenário. Mais interessante ainda é como ele consegue encontrar humor em meio a uma atmosfera tão tensa como a que o filme oferece. 118 Dias ainda tem o mérito de trazer uma das interpretações mais interessantes da carreira de Gael Garcia Bernal, excelente como Maziar Bahari.
COMENTÁRIOS