Cameron Crowe já fez coisa melhor que Sob o mesmo Céu? Já. O filme parece uma versão inferior de Tudo Acontece em Elizabethtown, que nem é o seu melhor longa-metragem. Temos a história de um homem retornando a um lugar que conhecia no passado, no caso o Havaí, reencontrando pessoas que fizeram parte da sua vida e encontrando um novo sentido para a mesma. Como percalço, o longa também apresenta um problema semelhante ao de Elizabethtown porém hiperdimensionado pela carência no tratamento que o roteiro dá ao seu protagonista. Temos um excesso de tramas paralelas, o que torna o filme muito disperso, sobretudo se não há um personagem central interessante e bem delineado para guiar o nosso olhar. Agora, com tudo isso, podemos dizer que Sob o mesmo Céu é o pior filme do ano como andam anunciando nos EUA? Não, bem longe disso. O filme acaba funcionando como uma comédia romântica porém uma comédia romântica com o toque do Cameron Crowe, o que torna tudo muito mais interessante do que a média de filmes do gênero que andamos vendo por ai. Com todos aqueles elementos que tornaram os filmes do diretor conhecidos, Sob o mesmo Céu supera o seu interesse no desfecho e na dinâmica água com açúcar do casal central com ponderações sobre os laços afetivos e até mesmo reflexões de cunho político sobre o momento dos EUA pós-crise econômica de 2008. É um filme que não merece ser descartado como andam falando não.
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