À primeira vista, a julgar pela introdução do personagem do irlandês Domhnall Gleeson, Frank parece ser mais uma daquelas dramédias indies cheia de velhos cacoetes sobre o personagem do loser. Isto é só aparência. O filme de Lenny Abrahamson é sobre um músico, interpretado por Michael Fassbender, conhecido como Frank, que tem problemas de socialização e só consegue estabelecer contado com as outras pessoas através de uma enorme máscara feita de papel mache. O longa mantém um tom leve e divertido, apresentando-nos à estranha dinâmica dos outsiders que compõem a banda de Frank até que o novo tecladista, papel de Gleeson, divulga os ensaios do grupo na internet e a narrativa ganha contornos mais trágicos, dando espaço não apenas para a comovente composição de Michael Fassbender no papel título, como também para Abrahamson mostrar ao público que é um realizador bastante versátil e criativo. O longa é insírado na vida do músico e comediante Chris Slevey, que durante anos assumiu a identidade de Frank através de uma máscara igualzinha àquela usada por Fassbender no filme. Frank trata de um tema complicado, demonstrando muita sensibilidade na abordagem do mesmo e evitando qualquer piedade do público com a situação dos seus personagens. Ao contrário, é um filme que estabelece a cumplicidade do espectador com a dor do seu protagonista. Não poderia ser mais adequado.
COMENTÁRIOS