Palo Alto é o primeiro longa-metragem de Gia Coppola, nada mais nada menos do que a neta de Francis Ford Coppola. Claro que esta ascendência trouxe para a diretora estreante toda uma bagagem valorativa e comparativa que não escapam à crítica especializada. No caso de Palo Alto, estas associações justificam-se em parte. Demonstrando apreço pelo que o público mais atento já intui como as "marcas de um cinema independente norte-americano", Gia Coppola torna Palo Alto um autêntico representante dessa escola de filmes, pretende ser artístico e dissociar-se das normas clássicas hollywoodianas, vista com preconceito por alguns nichos, mas vincula-se às regras de contrato com um outro tipo de padrão narrativo no cinema. Por outro lado, este filme sobre a história de dois jovens apáticos e angustiados pela procura de uma identidade ou propósito na vida é um longa de personalidade forte que não abre mão de contar a história que quer contar e da forma que quer contar até o seu último segundo. Baseado em um livro do ator James Franco, que aqui faz uma participação, Palo Alto conta com Emma Roberts e Jack Kilmer, filho de Val Kilmer (só para termos uma noção que em Hollywood não existe pudores para o nepotismo), como os protagonistas da história. Se não tem tanto impacto quanto as primeiras incursões dos demais Coppolas, ao menos nos faz vislumbrar a promessa de uma autora em futuros trabalhos.
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