De repente Hollywood descobriu a mina de ouro que são os contos de fadas. Começou com Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, e o último que tivemos notícia foi o divisivo Malévola, estrelado por Angelina Jolie e que pretendia contar a história de A Bela Adormecida pelo ponto de vista da vilã da história. A questão é que todas essas adaptações falharam em suas tentativas de modernizar, recontar ou tornar mais sombria suas tramas (alguém se lembra das problemáticas versões de Branca de Neve?). Pois bem, o diretor Kenneth Branagh, junto com o roteirista Chris Weitz (sim, o mesmo de A Bússola de Ouro!) e a própria Disney encontrou o tom adequado para uma versão em live action do conto de fadas por excelência, Cinderela. Esta nova versão da conhecida história da Gata Borralheira acerta em cheio ao não querer afastar-se do tom açucarado e ingênuo que é a quintessência do gênero. O filme de Branagh é delicioso do início ao fim e captura o seu espectador, mesmo que ele saiba de antemão todos os eventos que levarão Cinderela ao seu final feliz. Talvez seja essa uma das qualidades de Branagh como realizador, saber como poucos manter a atenção do público em "terras conhecidas", haja vista que alguns dos seus melhores trabalhos são as adaptações de Hamlet, Henrique V e Muito Barulho por Nada. O filme ainda conta com os ótimos desempenhos de Cate Blanchett como a madrasta da protagonista e Helena Bonham Carter como a fada madrinha, ou seja, mais do que obrigação assistir as cópias legendadas do filme nos cinemas.
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