Alguém se lembra de Troia? Aquele filme com Brad Pitt que fez o favor de estragar uma das melhores histórias sobre mitos gregos ao simplesmente "desmistificá-los". Pois é, na leva de filmes que tentam transformar mitos em personagens reais (a trilogia O Cavaleiro das Trevas fazendo escola fora dos domínios do universo dos super-heróis - bom, nem tão fora assim), chegamos ao Hércules, com Dwayne Johnson. O longa poderia ser um entretenimento saudável não fosse essa necessidade incoerente de ancorar a fantasia na realidade, algo que torna-se cada vez mais incompreensível e desnecessário em Hollywood. Não tem por que ter vergonha do seu pezinho na fantasia e embarcar em um universo totalmente descolado do nosso. Johnson convence no papel, Brett Ratner tem uma direção eficiente (nada brilhante, mas digna), mas esse "calcanhar de Aquiles" mata qualquer prazer em assistir mais essa leitura do mito do semideus filho de Zeus e odiado por Hera.
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