Nebraska é uma história sobre gerações. Trata da velhice, do estágio final de uma vida, e de como nós, jovens, lidamos com essa fase de nossos pais, como enxergamos ela. No entanto, diferente da melancolia de Amor, por exemplo, primoroso trabalho de Michael Haneke, Alexander Payne opta por abordar a temática com o seu costumeiro e discreto humor. No filme, um homem decide realizar uma viagem até o Nebraska após receber uma publicidade que o faz entender que ele ganhou uma bolada em dinheiro. Todos na sua família percebem que tudo não passa de uma fantasia construída pela cabeça enferma do patriarca, mas o filho mais novo dele, David, decide embarcar na jornada junto com o pai já que não encontra uma forma de remover a viagem dos planos dele. Fotografado em um preto e branco que na mais imediata interpretação está vinculada ao verdadeiro protagonista dessa história, o passado personificado pelo seu protagonista, Nebraska é um Alexander Payne bem mais interessante que aquele que vimos em Os Descendentes e bem mais próximo daquele que concebeu As Confissões de Schimidt ou Sideways. O elenco principal é a alma do projeto, principalmente Bruce Dern, que interpreta o personagem principal, e a maravilhosa June Squibb, impagável como sua esposa Kate (a atriz tem os melhores momentos e as melhores linhas do roteiro do filme, não há dúvidas).
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