Refém da Paixão seria uma grande obra de Jason Reitman, talvez um de seus melhores filmes, não fossem as incoerências do roteiro na construção dos relacionamentos dos personagens. Baseado no romance de Joyce Maynard, o filme conta a história de Henry, um garoto que vive sozinho com sua mãe desde que seu pai foi viver com uma namorada e constituiu uma nova família. A mãe de Henry, Adele, desenvolveu uma séria síndrome do pânico depois de ter sofrido sucessivos abortos durante o casamento. Toda essa carga dramática densa da personagem é administrada magistralmente por Kate Winslet, que, como sempre, dá a sua habitual aula de interpretação. Ao lado dela, está o garoto Gattlin Griffith, um prodígio ao lado de Kate, conseguindo compreender toda a diversidade de sentimentos que tomam conta de Henry ao longo da fita. No filme, Henry e Adele são surpreendidos por Frank, um fugitivo da polícia que os aborda em um supermercado e procura abrigo na casa dos dois enquanto espera o momento propício para fugir da cidade. Nesse departamento específico, Refém da Paixão derrapa feio. Não que a interpretação de Josh Brolin não nos convença. O ator está impecável na pele de um homem rude e sensível, mas o público não fica convencido pela rapidez e intensidade que ele se envolve com a Adele de Winslet. Além disso, existem alguns problemas de ritmo no "miolo" da trama que nos faz ter a sensação de que a história está se arrastando. Ainda assim, é um trabalho muito elegante e bem apurado de Jason Reitman e do seu elenco.
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