Melhor Roteiro Original
O Mestre
Paul Thomas Anderson
A estrutura do roteiro de O Mestre é tão bem construída e os personagens são tão bem definidos por Paul Thomas Anderson que os propósitos do longa são alcançados pelo diretor. Ambiguidade e tensão acompanham toda a condução de um filme que questiona as bases da fé, independente da sua vinculação a uma religião. Claramente adotando a Cientologia como principal fonte para a concepção de sua história, Paul Thomas Anderson ainda preencheu O Mestre com alguns dos diálogos mais interessantes do ano, não necessariamente o atributo mais importante de roteiros, mas que aqui só engrandecem a construção das ações cena a cena. Com O Mestre, Anderson, mais uma vez, provocou o espectador, mexeu com as suas certezas, promoveu um jogo entre mestre e aprendiz, que se revezavam constantemente em suas funções, comprovando porque é um dos cineastas mais interessantes e definitivos da sua geração, e, como de praxe, não reconhecido em seu próprio tempo. A posteridade nos dará a resposta sobre os méritos de sua filmografia, quanto a isso, não resta dúvidas.
Melhor Roteiro Adaptado
Dentro da Casa
François Ozon
adaptação da peça homônima de Juan Mayorga
Quando comentamos sobre Dentro de Casa, do cineasta François Ozon, falamos de seu paralelo com Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock. Assim como o longa estrelado por Grace Kelly e James Stewart, o longa francês investiga com muita perspicácia - realizando semelhante jogo feito por O Mestre com o espectador - a curiosidade humana pela vida alheia, e, consequentemente, o fascínio do homem pelos atos de contar e ouvir histórias como forma de buscar explicações para as suas próprias angústias ou mesmo fugir delas. O resultado é um roteiro que consegue mergulhar fundo com muita simplicidade em caminhos tortuosos e instigantes, tornando o espectador tão parte do processo quanto seus protagonistas. Trata-se de um dos trabalhos mais dedicados de Ozon, que há um certo tempo não demonstrava tamanho vigor no cinema.
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