É definitivo. Transformar uma simples aventura, sem espectro épico, em três longos, mas muitos longos, filmes foi o maior equívoco de Peter Jackson ao trazer para as telonas os eventos que antecederam a trilogia O Senhor dos Anéis. O Hobbit - A Desolação de Smaug, levemente beneficiado no terceiro ato, sofre do mesmo mal de Uma Jornada Inesperada, primeiro longa de O Hobbit. A gente acompanha os eventos narrados na tela com grande apatia, o que é letal para qualquer obra. Diferente do que acontecia em O Senhor dos Anéis, pouco nos preocupamos com os protagonistas de O Hobbit, não sentimos qualquer coisa por eles, não desejamos que eles superem suas limitações e saiam vencedores daquela jornada. A Desolação de Smaug é marcado por essa característica, algo que já existia em Uma Jornada Inesperada. Para completar a gente ainda tem que aturar o desnecessário retorno de Orlando Bloom, que já era desnecessário na primeira trilogia, e continua tão inexpressivo como ator como era há quase dez anos atrás. A trama ganha relativo ânimo com a entrada do dragão Smaug e com a adição de Tauriel, elfa interpretada por Evangeline Lilly e feita especialmente para os novos filmes, mais expressiva que alguns personagens originais (a.k.a. Legolas). Ainda assim, todos esses esforços são irrisórios perto do sonolento e longo, reforço, loooongo, resultado que será marca da nova trilogia até terceiro e derradeiro capítulo, portanto não há muito a ser feito.
The Hobbit - The Desolation of Smaug, 2013. Dir.: Peter Jackson. Roteiro: Peter Jackson, Guillermo Del Toro, Fran Walsh e Philippa Boyens. Elenco: Martin Freeman, Richard Armitage, Ian McKellen, Evangeline Lilly, Aidan Turner, Orlando Bloom, Lee Pace, Benedict Cumberbatch (voz). 161 min. Warner.
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