Continuo enxergando com olhos duvidosos o caminho que a Marvel optou seguir desde que decidiu dar início ao projeto Os Vingadores. Os filmes se tornaram cada vez mais parecidos, barulhentos e rasos, mas tão rasos que chegam a dar sono. Thor - O Mundo Sombrio, apesar de ser ligeiramente superior ao antecessor, segue o mesmo caminho. Novamente, evoca-se uma urgência, um perigo iminente que não se concretiza e que talvez satisfaça espectadores mais desatentos, mas que certamente entediarão qualquer espectador mais exigente (como todos deveriam ser, diga-se de passagem). A presença de Natalie Portman na produção enfim justifica-se, ainda que o romance entre sua Jane Foster e Thor não saia do "lugar nenhum" que se encontrava no primeiro longa. Há um excesso de gags, que tomam conta do filme e retiram toda a dramaticidade e tensão que ele pretende passar. Por outro lado, saído de Game of Thrones, Alan Taylor adequa-se mais à história que Kenneth Branagh, que sempre me pareceu um peixe fora d'água para este tipo de proposta. É fato que a intenção da Marvel é fazer mesmo de seus filmes produtos em série, padronizados, mas não deixa de ser legítima uma frustração advinda da sensação de que se eles deixassem seus diretores terem um pulso mais firme em suas produções, trazendo uma personalidade mais definida a cada um daqueles universos tão particulares e nada homogêneos, os destinos das franquias seriam bem mais interessantes.
Thor - The Dark World, 2013. Dir.: Alan Taylor. Roteiro: Christopher Yots, Christopher Markus e Stephen McFeely. Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Anthony Hopkins, Tom Hiddleston, Christopher Eccleston, Idris Elba, Rene Russo, Kat Dennings, Stellan Skarsgard, Jonathan Howard, Chris O'Dowd. 112 min. Buena Vista.
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