Bruno Barreto é um diretor irregular e na maioria dos seus deslizes o grande culpado é seu ímpeto de retratar um Brasil "para turistas". Flores Raras é um dos raros casos em que essa característica do diretor é freada em virtude da necessidade do próprio filme de estabelecer um foco no relacionamento das suas protagonistas. No caso, a escritora norte-americana Elizabeth Bishop e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares. As duas se apaixonaram quando Bishop veio ao Rio de Janeiro para passar umas férias com uma antiga amiga de Universidade, que morava no Brasil, por sua vez, a então namorada de Lota. Ainda que contenha alguns diálogos nada inspirados e deixe algumas lacunas na evolução de suas personagens, os entraves da produção são superados pelas interpretações intensas e dedicadas de Glória Pires e, sobretudo, Miranda Otto, que retrata Bishop como uma artista cuja sensibilidade era pouco externada em função da sua própria introspecção.
Flores Raras, 2013. Dir.: Bruno Barreto. Roteiro: Matthew Chapman e Julie Sayres. Elenco: Glória Pires, Miranda Otto, Tracy Middendorf, Treat Williams, Marcello Airoldi, Tânia Costa, Lola Kirke, Marcio Ehrlich, Anna Bella. 118 min. Imagem Filmes.
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