Círculo de Fogo está mais para o Guillermo DelToro de Hellboy do que para o DelToro de O Labirinto do Fauno e A Espinha do Diabo, dois filmes excepcionais que nos apresentaram a um dos diretores mais interessantes da nova geração. Enfim, não é exatamente uma faceta do diretor que exerce fascínio por uma singularidade. É um diretor outsider imerso por completo no "cinemão hollywoodiano". Círculo de Fogo é a materialização da "memória" nerd do diretor mexicano que retorna após um hiato de cinco anos (filmes como Mama ou Não tenha medo do Escuro são apenas produzidos por ele). DelToro manifesta desde o primeiro minuto de projeção seu fascínio pelo "filme de monstro", atualizando um subgênero que ganhou notoriedade com Godzilla. O resultado é uma fita de entretenimento que, se por um lado, incomoda em sua superficialidade, sem deixar claro sua manifestação de assim desejar ser desde o primeiro frame, por outro, insere o espectador em um espetáculo de cair o queixo e testar os nervos. O filme recupera Rinko Kikuchi, que desde sua indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por Babel, merecia um devido destaque, e ela é, disparado, o coração do filme, aquele "elemento" que quebra a frieza do tecnicismo ruidoso de um blockbuster.
Pacific Rim, 2013. Dir.: Guillermo DelToro. Roteiro: Guillermo DelToro e Travis Beachman. Elenco: Charlie Hunnam, Rinko Kikuchi, Idris Elba, Charlie Day, Ron Perlman, Burn Gorman, Max Martini, Robert Kazinsky, Clifton Collins Jr.. 131 min. Warner
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