O Cavaleiro Solitário foi uma seriado que teve origem no rádio na década de 1930 e logo passou para a televisão, cuja versão brasileiro cometeu a gafe de se autobatizar "Zorro". Determinados elementos do universo são muito conhecidos, definindo inclusive clichês e marcas para todos as fitas do gênero que o sucederam. Mesmo que não tenha assistido, o leitor certamente lembra de alguns. Os mais evidentes? A música tema das cenas de ação do personagem ou então a expressão "Aiô, Silver!", dita pelo cavaleiro, ou então "Cara pálida!", do índio Tonto, são as referências mais óbvias. Gore Verbinski, diretor da trilogia Piratas do Caribe e da animação Rango, revive os clássicos personagens nesse western agradável e linear, que, não sei porque cargas d'água, foi "pego para Cristo" nessa temporada. Existem inúmeras lacunas, sobretudo na trama amorosa central entre o cavaleiro e sua cunhada, que sequer transmite o comprometimento emocional que sugere evocar, mas, de um modo geral, o filme é satisfatório e cumpre a principal meta de Verbinski: torna-lo uma matinê agradável. Rende ainda uma ótima parceria entre Johnny Depp, hipervalorizado e excêntrico, como de costume, mas mais consciente de que deve compor um personagem, e Armie Hammer, cada dia mais eficiente como leading man.
The Lone Ranger, 2013. Dir.: Gore Verbinski. Roteiro: Justin Haythe, Ted Elliott e Terry Rossio. Elenco: Armie Hammer, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Tom Wilkinson, Ruth Wilson, William Fichtner, James Badge Dale, Bryant Prince, Barry Pepper, Mason Cook. 149 min. Buena Vista.
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