Parece mentira, mas Guerra Mundial Z é um dos raros blockbusters na carreira daquele que hoje é um dos maiores astros dos nossos tempos, Brad Pitt. O astro engajado em causas sociais e políticas, o que quase sempre se reflete na temática dos seus filmes, se rendeu finalmente aos caça-níqueis! E que mal há nisso? Nenhum, Guerra Mundial Z rende um filme catástrofe divertido. A preocupação com o roteiro é praticamente nula, não se define personalidades aos seus protagonistas e, consequentemente, não há identificação alguma com a situação que estão vivendo. Em contrapartida, o filme se redime por dialogar despretensiosamente com os clichês de um gênero já desgastado e oco pelo excesso produtivo. Guerra Mundial Z é um game aloprado de caça a zumbis, uma troca justa já que tantos games têm utilizado o cinema como forma de se renovar e estabelecer novas formas de diálogo e interação com seu público. A sinopse envolve uma contaminação global, o que justifica racionalmente a existência de mortos vivos. Simples assim. Marc Foster finalmente se acerta com filmes desse porte no que diz respeito ao ritmo, mostrando que a desastrosa direção em 007 - Quantum of Solace não lhe rendeu traumas, e Brad Pitt eficiente ao extremo em sua nova função não deixa de fazer prevalecer sua mensagem de engajamento global no final do longa, como produtor politicamente correto que é. Eficiente, mas carece de personalidade e conexões emocionais, principalmente destas últimas, necessárias independente da proposta cinematográfica que se faça.
World War Z, 2013. Dir.: Marc Foster. Roteiro: Damon Lindelof, Drew Goddard e Matthew Michael Carnahan. Elenco: Brad Pitt, Mireille Enos, James Badge Dale, David Morse, Daniella Kertész, Ludi Boeken, Fana Mokoena. 116 min. UIP
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