Grande destaque no último Festival Varilux de Cinema Francês, a ponto da atriz Léa Seydoux, sua protagonista, quase ter aparecido por aqui para divulgá-lo, Adeus, Minha Rainha é um filme com propósitos frustrados pela própria execução do projeto. O longa de Benoít Jacquot mostra o romance entre Maria Antonieta e a duquesa Gabrielle de Polignac pela perspectiva de uma das empregadas de Versalhes, Sidonie Ladorbe, leitora da rainha da França, nos primeiros dias da Revolução Francesa. A proposta de Adeus, Minha Rainha, na verdade, não é contar esse episódio da vida de Maria Antonieta, mas mostrar como se estabeleciam as relações entre a corte de Luís XVI e os criados, uma relação perversa a ponto de criar expectativas e sonhos em pessoas que acabavam perdendo sua própria identidade para servir a aristocracia da época. No entanto, o desenvolvimento dessa proposta é atabalhoado e Benoit não consegue ser muito claro em seus objetivos. Apesar dos esforços de Léa Seydoux, muito bem na pele de Sidonie, Diane Kruger não convence como a icônica Maria Antonieta, tornando os esforços no estabelecimento da relação central do longa (vital para toda a compreensão do filme) unilaterais.
Les Adieux à la Reine, 2012. Dir.: Benoit Jacquot. Roteiro: Benoit Jacquot e Gilles Taurand. Elenco: Léa Seydoux, Diane Kruger, Virginie Ledoyen, Noémie Lvovsky, Xavier Beauvois, Michel Robin, Julie-Marie Permentier, Vladimir Consigny. 100 min. Europa Filmes.
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