Na Londres do pós-Segunda Guerra, uma esposa deixa o marido, um famoso juiz, após se apaixonar perdidamente por um impetuoso piloto da Força Aérea. O tempo passa e todo o amor que poderia ser inebriado pela felicidade se desmorona com os inevitáveis obstáculos do dia-a-dia. Ele sem rumo, perdido em sua própria identidade com o fim da guerra, e ela não conseguindo suprir sua inevitável instabilidade emocional. Assim como acontece em Amor, de Michael Haneke, o amor em Amor Profundo, nova adaptação da peça de Terence Rattigan, desta vez dirigida e roteirizada por Terence Davies, tem muito mais relação com o mútuo sacrifício do que com os ilusórios eternos picos de felicidade dos relacionamentos comumente idealizados no cinema. E assim Hester, personagem de Rachel Weisz, entende que conviver com a fragilidade emocional de Freddie Page, Tom Hiddleston, o vilão Loki de Os Vingadores e Thor, faz parte do "pacote". É uma conclusão racional e todos os envolvidos na situação são maduros o suficiente para aceitar suas limitações emocionais sem estabelecer culpados ou vilões para os desfechos melancólicos. Mas é claro que é inevitável que todos saiam em frangalhos dessa experiência. A condução do filme é delicada, ainda que um tanto quanto distante e artificial. O destaque vai mesmo para a excelente parceria entre Rachel Weisz e Tom Hiddleston, estupendos em seus respectivos papeis.
The Deep Blue Sea, 2012. Dir.: Terence Davies. Roteiro: Terence Davies. Elenco: Rachel Weisz, Tom Hiddleston, Simon Russell Baele, Ann Mitchell, Karl Johnson, Jolyon Coy, Sarah Kants, Harry Hadden-Paton, Oliver Ford Davies, Barbara Jefford. 98 min. Imagem Filmes.
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