As melhores ficções científicas já feitas para o cinema sempre pretendem contar muito mais que suas próprias narrativas deixam explicitar. Oblivion não é o exemplar mais fértil do gênero por essa perspectiva, mas sua execução competente o torna um "produto" acima da média e isso já é muito bom. Protagonizado por Tom Cruise, o novo filme de Joseph Kosinski, de Tron - O Legado, conta a história de uma Terra pós-guerra administrada por um grupo de humanos que está prestes a sair de sua órbita e procurar um novo lugar para habitar. Nesse contexto, Jack, personagem de Cruise, é um desses funcionários e descobre um grupo resistente e uma mulher misteriosa que cai no planeta após passar 70 anos conservada em uma cápsula. Como em Tron, a direção de arte e os efeitos especiais são os aspectos mais bem aplicados da fita, mas Oblivion supera a incursão anterior de Kosinski por ter um roteiro bem mais consistente, superior a qualquer título que Tom Cruise tenha estrelado nos últimos anos. Mas nem todo o holofote de Cruise - e nem mesmo a beleza da russa Olga Kurylenko ou as participações de Morgan Freeman e Melissa Leo - é capaz de ofuscar a promissora Andrea Risenborough, que interpreta a companheira do protagonista nos dois primeiros atos do filme. Em suma, ficção científica de primeira linha e entretenimento que não agride o cérebro.
Oblivion, 2013. Dir.: Joseph Kosinski. Roteiro: Joseph Kosinski, Karl Gadjusek e Michael Arndt. Elenco: Tom Cruise, Olga Kurylenko, Andrea Risenborough, Morgan Freeman, Melissa Leo, Nikolaj Coster-Waldau, Zoe Bell, David Madison. 126 min. UIP
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