Não tem para onde correr. Wagner Moura é o Ricardo Darín brasileiro. Está em todos os lugares e praticamente temos a sensação de existir somente ele como protagonista no cinema nacional. Mas quem ousa negar que Moura encara qualquer desgaste pelo excesso de exposição no meio com muita dedicação, talento e profissionalismo. Ele é ótimo, isso é que importa! Ator de talento nato, percorre bem qualquer gênero ou desafio imposto, um raro "produto" de consumo próprio e, futuramente, para exportação. Pode soar redundante, mas Moura, mais uma vez, supera qualquer expectativa positiva pelo seu trabalho em A Busca. O filme de Luciano Moura é um sensível drama familiar sobre o resgate e a reconstrução de laços afetivos esgarçados através da empreitada de procura de um pai por seu filho desaparecido. Direto em seus objetivos sem ser frio nas emoções, Moura, o diretor (que não é parente do seu protagonista) acerta nos mínimos detalhes e por deixar seus atores falarem por ele. Além do embasbacante desempenho de Wagner Moura, que vai desarmando e assim transformando seu personagem ao longo da narrativa, temos a sempre empenhada Mariana Lima, que vive a ex-esposa do protagonista (uma espécie de para-raios da família), e Lima Duarte em uma participação comovente.
A Busca, 2013. Dir.: Luciano Moura. Roteiro: Luciano Moura e Elena Soarez. Elenco: Wagner Moura, Mariana Lima, Brás Moreau Antunes, Lima Duarte, Germano Haiut, Alex Sander. 96 min. Downtown Filmes
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