De alguma maneira, a animação Frankenweenie resgata o Tim Burton que ficou perdido lá na década de 1980, algo parecido com o recente Sombras da Noite. Todos os elementos que fizeram a fama do cineasta estão lá: o humor negro, os personagens bizarros, o tom sombrio, o protagonista outsider e a trilha de Danny Elfman. Mas, da mesma forma que o longa que traz Johnny Depp como o vampiro Barnabas, alguma coisa na animação não funciona. O longa é uma parceria do diretor com a Disney e pretende ampliar os horizontes de uma história já contada em um curta de animação no início da carreira de Burton. Na trama, o jovem Victor Frankenstein resolve trazer de volta à vida seu cão de estimação, Spike, que morreu após ser atropelado por um carro. Para isso, Victor coloca em prática um experimento inspirado em uma de suas aulas de Ciência com o professor Rzykrusky, reanimando o animal com eletricidade. Até ai, Frankenweenie é uma animação inspiradíssima. O problema é que o longa enfraquece no terceiro ato, quando resolve reverenciar os clássicos do terror da Universal (Drácula, Lobisomem, a Múmia e, as mais óbvias, Frankenstein e a Noiva Frankenstein). Nesse momento, o roteiro extrapola a narrativa do curta que originou esse projeto. Enfim, mais uma vez digo que não deixa de ser uma pena ver que a carreira de um cineasta com um universo tão peculiar oscile entre filmes ruins e medianos. Mas também não sei se amadureci e o mundo de Burton já não me causa o mesmo fascínio. Ainda estou amadurecendo essa ideia...
Frankenweenie, 2012. Dir.: Tim Burton. Roteiro: John August. Vozes de: Charlie Tahan, Catherine O'Hara, Martin Short, Martin Landau, Winona Ryder, Atticus Shaffer, Conchatta Ferrell, Tom Kenny, James Hiroyuki Liao, Dee Bradley Baker. 87 min. Buena Vista.
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